SOLENE CANONIZAÇÃO DE QUATRO NOVOS SANTOS NO VATICANO
Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - Bento XVI presidiu, esta manhã, na Praça
São Pedro, diante da Basílica vaticana, a uma solene celebração Eucarística de Canonização
de quatro novos Santos da Igreja:
São eles: Afonsa da Imaculada Conceição,
no civil Ana Muttathupadathu, primeira santa indiana; Maria Bernarda Bütler,
suíça, evangelizadora na Colômbia e Equador; Narcisa de Jesús Martillo Morán,
equatoriana; e o sacerdote italiano, Caetano Errico.
Estavam presentes
na Praça São Pedro numerosos Cardeais, bispos e arcebispos, muitos dos quais estão
participando, nestes dias, na Sala Paulo VI, no Vaticano, do Sínodo dos Bispos sobre
a Palavra de Deus.
Participaram da cerimônia de Canonização, milhares de fiéis,
provenientes de diversos países do mundo, especialmente da Índia, Suíça, Colômbia,
Equador e Itália, onde os quatro novos Santos viveram e atuaram.
Na homilia
que pronunciou em italiano, alemão, espanhol e inglês, Bento XVI recordou inicialmente
os quatro novos Santos propostos, hoje, à veneração da Igreja católica. A liturgia
no-los apresenta com a imagem evangélica dos convidados que tomam parte do banquete
revestidos da veste nupcial. A imagem do banquete, disse o Papa, é uma imagem alegre,
porque o banquete acompanha uma festa de núpcias: a Aliança de amor entre Deus e o
seu Povo.
Os profetas do Antigo Testamento, explicou o Papa, orientaram constantemente
a esperança do Povo de Israel para esta Aliança. Não obstante as provações e todo
tipo de dificuldades, Deus jamais abandona o seu Povo. Eis porque o profeta Isaias
convida à alegria: "Exultemos, alegremo-nos na sua salvação".
Referindo-se
à Liturgia da Palavra de hoje, Bento XVI destacou “a fidelidade de Deus à sua promessa
e o banquete nupcial”, que nos faz refletir sobre a adesão humana ao convite do Senhor.
A mesma coisa acontece com o Mistério pascal: o poder do mal foi derrotado
pela onipotência do amor de Deus. O Senhor ressuscitado convida todos ao banquete
da alegria pascal, revestindo os comensais da veste nupcial, símbolo do dom gratuito
da graça santificadora. E o Papa acrescentou:
A livre adesão do homem deve,
porém, responder à generosidade de Deus. Eis o caminho generoso que, justamente, percorreram
aqueles que hoje veneramos como Santos. No Batismo, eles receberam a veste nupcial
da graça divina, conservaram-na pura, purificaram-na e tornaram-na esplêndida em toda
a sua vida, mediante os Sacramentos. Agora, eles tomam parte do banquete nupcial do
Céu.
O banquete Eucarístico, disse Bento XVI, é a antecipação da festa
final no Céu. O Senhor nos convida à Eucaristia, todos os dias, da qual devemos participar
com a veste nupcial da sua graça. Se ela se sujar ou rasgar com o pecado, a bondade
de Deus não nos rejeita nem nos abandona ao nosso destino. Pelo contrário, com o sacramento
da Reconciliação, ele nos oferece a possibilidade de renovar integralmente a nossa
veste nupcial necessária para a festa. E, referindo-se ao novo santo italiano, o Pontífice
disse:
O ministério da Reconciliação é, portanto, sempre atual. A ele o
sacerdote Caetano Errico, fundador da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações
de Jesus e de Maria, se dedicou com diligência, assiduidade e paciência, sem jamais
se arrepender nem se poupar. Ele se inscreve assim entre as figuras extraordinárias
de presbíteros que, incansáveis, fizeram do confessionário o lugar para dispensar
a misericórdia de Deus, ajudando os homens a reencontrar a si mesmos, a lutar contra
o pecado e a progredir no caminho da vida espiritual. A estrada e o confessionário
foram os lugares privilegiados da ação pastoral desse novo santo italiano: a estrada
lhe permitia encontrar as pessoas; o confessionário possibilitava o seu encontro com
a misericórdia do Pai celeste.
Quantas feridas da alma ele sarou! Quantas
pessoas ele levou a se reconciliar com Deus mediante o Sacramento do perdão! Assim,
São Caetano Errico tornou-se especialista na "ciência" do perdão e a transmitiu a
seus missionários.
A seguir, expressando-se em alemão, o Santo Padre passou
a falar da nova santa suíça: Maria Bernarda Bütler, nascida em Auw, no cantão
suíço de Aargau, fez muito cedo a experiência de um profundo amor pelo Senhor. Este
amor a levou a entrar para o convento das Irmãs Capuchinhas de Maria Auxiliadora,
em Altstätten, onde fez os votos religiosos aos 21 anos. Aos 40, acolheu a vocação
missionária e partiu para o Equador e, depois, para a Colômbia. Graças à sua
vida e ao seu compromisso em favor do próximo, João Paulo II a beatificou, em 29 de
outubro de 1995. Sobre esta santa suíça, Bento XVI prosseguiu ainda, falando em espanhol:
Madre
María Bernarda, uma figura muito recordada e querida, sobretudo, na Colômbia, entendeu
profundamente que a festa que o Senhor preparou para todos os povos é representada,
de modo particular, pela Eucaristia. Nela, o próprio Cristo nos recebe como amigos
e se entrega na mesa do pão e da palavra, entrando em íntima comunhão com cada um
de nós. Eis a fonte e o pilar da espiritualidade desta nova santa, assim como seu
impulso missionário que a levou a deixar a sua pátria natal, a Suíça, para abrir-se
a outros horizontes evangelizadores no Equador e Colômbia. Dirigindo-se aos
fiéis indianos, presentes na Praça São Pedro, para a Canonização da sua primeira santa,
Afonsa da Imaculada Conceição, o Pontífice disse em inglês:
Esta mulher
excepcional, que se dedicou diariamente ao povo da Índia como verdadeira santa, estava
ciente de que a Cruz é o autêntico instrumento através do qual se pode participar
do banquete celeste, que o Pai lhe preparou. De fato, ela escreveu: “Estou ciente
de que um dia o sofrimento terminará. Enfim, falando novamente em espanhol,
o Papa exaltou a figura da jovem leiga do Equador, Narcisa de Jesús Martillo Morán,
que também foi escrita hoje no álbum dos Santos. Ela respondeu, com prontidão e generosidade,
ao convite do Senhor para participar do seu amor:
Santa Narcisa de Jesus
propõe um caminho de perfeição cristã acessível a todos os fiéis. Além de receber
graças abundantes e extraordinárias, a sua existência transcorreu com grande sensibilidade,
dedicando-se ao trabalho de costureira e ao apostolado como catequista. Após
ter apresentado a figura dos quatro novos Santos da Igreja, o Pontífice convidou os
fiéis a seguirem seu exemplo de vida cristã e a darem graças a Deus pelo dom da santidade,
que, sobretudo, hoje, resplandece com singular beleza na Igreja. (MT)