2008-10-12 13:45:13

SOLENE CANONIZAÇÃO DE QUATRO NOVOS SANTOS NO VATICANO


Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - Bento XVI presidiu, esta manhã, na Praça São Pedro, diante da Basílica vaticana, a uma solene celebração Eucarística de Canonização de quatro novos Santos da Igreja:

São eles: Afonsa da Imaculada Conceição, no civil Ana Muttathupadathu, primeira santa indiana; Maria Bernarda Bütler, suíça, evangelizadora na Colômbia e Equador; Narcisa de Jesús Martillo Morán, equatoriana; e o sacerdote italiano, Caetano Errico.

Estavam presentes na Praça São Pedro numerosos Cardeais, bispos e arcebispos, muitos dos quais estão participando, nestes dias, na Sala Paulo VI, no Vaticano, do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus.

Participaram da cerimônia de Canonização, milhares de fiéis, provenientes de diversos países do mundo, especialmente da Índia, Suíça, Colômbia, Equador e Itália, onde os quatro novos Santos viveram e atuaram.

Na homilia que pronunciou em italiano, alemão, espanhol e inglês, Bento XVI recordou inicialmente os quatro novos Santos propostos, hoje, à veneração da Igreja católica. A liturgia no-los apresenta com a imagem evangélica dos convidados que tomam parte do banquete revestidos da veste nupcial. A imagem do banquete, disse o Papa, é uma imagem alegre, porque o banquete acompanha uma festa de núpcias: a Aliança de amor entre Deus e o seu Povo.

Os profetas do Antigo Testamento, explicou o Papa, orientaram constantemente a esperança do Povo de Israel para esta Aliança. Não obstante as provações e todo tipo de dificuldades, Deus jamais abandona o seu Povo. Eis porque o profeta Isaias convida à alegria: "Exultemos, alegremo-nos na sua salvação".

Referindo-se à Liturgia da Palavra de hoje, Bento XVI destacou “a fidelidade de Deus à sua promessa e o banquete nupcial”, que nos faz refletir sobre a adesão humana ao convite do Senhor.

A mesma coisa acontece com o Mistério pascal: o poder do mal foi derrotado pela onipotência do amor de Deus. O Senhor ressuscitado convida todos ao banquete da alegria pascal, revestindo os comensais da veste nupcial, símbolo do dom gratuito da graça santificadora. E o Papa acrescentou:

A livre adesão do homem deve, porém, responder à generosidade de Deus. Eis o caminho generoso que, justamente, percorreram aqueles que hoje veneramos como Santos. No Batismo, eles receberam a veste nupcial da graça divina, conservaram-na pura, purificaram-na e tornaram-na esplêndida em toda a sua vida, mediante os Sacramentos. Agora, eles tomam parte do banquete nupcial do Céu.

O banquete Eucarístico, disse Bento XVI, é a antecipação da festa final no Céu. O Senhor nos convida à Eucaristia, todos os dias, da qual devemos participar com a veste nupcial da sua graça. Se ela se sujar ou rasgar com o pecado, a bondade de Deus não nos rejeita nem nos abandona ao nosso destino. Pelo contrário, com o sacramento da Reconciliação, ele nos oferece a possibilidade de renovar integralmente a nossa veste nupcial necessária para a festa. E, referindo-se ao novo santo italiano, o Pontífice disse:

O ministério da Reconciliação é, portanto, sempre atual. A ele o sacerdote Caetano Errico, fundador da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, se dedicou com diligência, assiduidade e paciência, sem jamais se arrepender nem se poupar. Ele se inscreve assim entre as figuras extraordinárias de presbíteros que, incansáveis, fizeram do confessionário o lugar para dispensar a misericórdia de Deus, ajudando os homens a reencontrar a si mesmos, a lutar contra o pecado e a progredir no caminho da vida espiritual.
A estrada e o confessionário foram os lugares privilegiados da ação pastoral desse novo santo italiano: a estrada lhe permitia encontrar as pessoas; o confessionário possibilitava o seu encontro com a misericórdia do Pai celeste.

Quantas feridas da alma ele sarou! Quantas pessoas ele levou a se reconciliar com Deus mediante o Sacramento do perdão! Assim, São Caetano Errico tornou-se especialista na "ciência" do perdão e a transmitiu a seus missionários.

A seguir, expressando-se em alemão, o Santo Padre passou a falar da nova santa suíça:
Maria Bernarda Bütler, nascida em Auw, no cantão suíço de Aargau, fez muito cedo a experiência de um profundo amor pelo Senhor. Este amor a levou a entrar para o convento das Irmãs Capuchinhas de Maria Auxiliadora, em Altstätten, onde fez os votos religiosos aos 21 anos. Aos 40, acolheu a vocação missionária e partiu para o Equador e, depois, para a Colômbia.
Graças à sua vida e ao seu compromisso em favor do próximo, João Paulo II a beatificou, em 29 de outubro de 1995. Sobre esta santa suíça, Bento XVI prosseguiu ainda, falando em espanhol:

Madre María Bernarda, uma figura muito recordada e querida, sobretudo, na Colômbia, entendeu profundamente que a festa que o Senhor preparou para todos os povos é representada, de modo particular, pela Eucaristia. Nela, o próprio Cristo nos recebe como amigos e se entrega na mesa do pão e da palavra, entrando em íntima comunhão com cada um de nós. Eis a fonte e o pilar da espiritualidade desta nova santa, assim como seu impulso missionário que a levou a deixar a sua pátria natal, a Suíça, para abrir-se a outros horizontes evangelizadores no Equador e Colômbia.
Dirigindo-se aos fiéis indianos, presentes na Praça São Pedro, para a Canonização da sua primeira santa, Afonsa da Imaculada Conceição, o Pontífice disse em inglês:

Esta mulher excepcional, que se dedicou diariamente ao povo da Índia como verdadeira santa, estava ciente de que a Cruz é o autêntico instrumento através do qual se pode participar do banquete celeste, que o Pai lhe preparou. De fato, ela escreveu: “Estou ciente de que um dia o sofrimento terminará. 
Enfim, falando novamente em espanhol, o Papa exaltou a figura da jovem leiga do Equador, Narcisa de Jesús Martillo Morán, que também foi escrita hoje no álbum dos Santos. Ela respondeu, com prontidão e generosidade, ao convite do Senhor para participar do seu amor:

Santa Narcisa de Jesus propõe um caminho de perfeição cristã acessível a todos os fiéis. Além de receber graças abundantes e extraordinárias, a sua existência transcorreu com grande sensibilidade, dedicando-se ao trabalho de costureira e ao apostolado como catequista. 
Após ter apresentado a figura dos quatro novos Santos da Igreja, o Pontífice convidou os fiéis a seguirem seu exemplo de vida cristã e a darem graças a Deus pelo dom da santidade, que, sobretudo, hoje, resplandece com singular beleza na Igreja. (MT)







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