Em Portugal, organizações de imigrantes, de direitos humanos, anti-racistas, culturais,
religiosas promovem uma jornada de acção pela regularização dos indocumentados
(12/10/2008) A legalização dos imigrantes que trabalham e descontam em Portugal e
a denúncia de políticas «securitárias e racistas» do Pacto Europeu sobre Imigração
juntam este domingo, em Lisboa, mais de três dezenas de associações e sindicatos em
protesto. São organizações de imigrantes, direitos humanos, anti-racistas, culturais,
religiosas e sindicatos que protestam também contra «a perseguição e estigmatização
dos imigrantes», que foram associados ao recente aumento da criminalidade em Portugal. A
«jornada de acção, integrada numa iniciativa a nível mundial», decorre antes do Conselho
Europeu da próxima quarta e quinta-feira, onde os líderes europeus dos 27 vão ratificar
o Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo, impulsionado pelo presidente francês e da
União Europeia, Nicolas Sarkozy, e aprovado pelos ministros europeus em Setembro.
. Mas a grande revindicação, em Portugal, é a regularização de todos os imigrantes
que trabalham, pagam impostos e descontam, ou seja, que cumprem todos os requisitos
mas que, tendo entrado ilegalmente no país, não podem regularizar a sua situação por
não terem visto válido de entrada Shenghen», adiantou o vice-presidente da Associação
Solidariedade Imigrante, Juca Silva. Para as associações, o «Pacto» vai «aumentar
o tratamento securitário das migrações, a perseguição e criminalização dos imigrantes
ilegais na EU, que se estima serem cerca de oito milhões, e contribuir para a materialização
e externalização das fronteiras comunitárias».