VIOLÊNCIA NO IRAQUE: APELO DO ARCEBISPO DE KIRKUK

Bagdá, 10 out (RV) - Mais um dia de violência no Iraque. Um policial e um civil foram assassinados e outras três pessoas ficaram feridas na manhã de hoje em conseqüência da explosão de uma bomba na cidade de Tellafer. Em Bagdá, um parlamentar do bloco xiita ficou gravemente ferido durante um atentado que causou a morte de seus dois guarda-costas.

Entretanto, em Mossul, no norte do País, continua o martírio da comunidade cristã. Somente na última semana 6 fiéis foram assassinados barbaramente por extremistas islâmicos. Padre Amer Youkhanna, sacerdote do clero de Mossul, denuncia: “Em Mossul está em andamento um extermínio”. Sobre a situação eis o testemunho do arcebispo de Kirkuk, Dom Louis Sako:
“A situação é verdadeiramente crítica na cidade de Mossul. Ali os cristãos têm medo e abandonam a cidade. As crianças não podem ir à escola e os homens ao trabalho. Ontem, um veículo circulava no bairro Zukar pedindo aos cristãos que deixem a cidade o quanto antes. Os cristãos se sentem isolados. Para onde ir? É uma crise para a qual não se vê solução. A proteção dos cidadãos depende do governo iraquiano e também dos americanos. A responsabilidade é deles. Mas o que fazem? Porque deixam esses criminosos assassinar ou ameaçar pessoas inocentes? Os cristãos não desejam outra coisa senão viver em paz. Não são eles a causa dos problemas da cidade ou do país. Peço a todos os nossos irmãos e irmãs no Ocidente que rezem por eles e demonstrem também sua solidariedade”, finalizou Dom Sako. 
A proximidade spiritual do Sínodo dos Bispos, que se realiza no Vaticano, ao povo iraquiano após as violências contra os cristãos em Mossul foi expressa ontem pelo arcebispo Nikola Eterovic, secretário geral da Assembléia, ao Patriarca de Babilônia dos caldeus, Emmanuel III Delly.

Todos os padres sinodais, na presença de Bento XVI, expressaram a sua solidariedade com um longo aplauso. Após a denúncia das perseguições na Índia – feita segunda-feira última pelo cardeal Vithayathil – a onda de violências no Iraque ficou sinalizada também nos trabalhos do Sínodo . (SP)