PARLAMENTO EUROPEU ESTUDA INTERVENÇÃO EM DEFESA DOS CRISTÃOS NO IRAQUE
Bruxelas, 10 out (RV) - Realizou-se ontem em Bruxelas, na Bélgica, uma mesa-redonda
promovida pelo parlamento europeu sobre a situação dos cristãos no Iraque.
Cinco
anos depois do início da guerra, o nível de violência no Iraque está gradualmente
se reduzindo, mas acentuan-se as discriminações e episódios de violência contra as
minorias, especialmente os cristãos, que representam menos de 4% da população.
A
denúncia emergiu dramaticamente na mesa-redonda, que teve a participação de mons.
Krysztof Nitkiewicz, vice-secretário da Congregação para as Igrejas orientais, e uma
delegação da secretaria internacional da Pax Christi. Todos os dias, verificam-se
ataques, seqüestros, assassínios, ameaças de morte, e discriminações profissionais
aos cristãos, principalmente no sul e no centro do país. O que fazer, concretamente?
Mons. Nitkiewicz explicou que no Oriente Médio a liberdade religiosa entendida
como liberdade de culto é assegurada, com exceção da Arábia Saudita. Mas – advertiu
– liberdade religiosa significa algo mais: direitos de família em nível burocrático
e administrativo, direito de conversão ao cristianismo e outras coisas. Nem mesmo
as ajudas da comunidade internacional chegam aos cristãos.
Mons. Nitkiewicz
reiterou ainda o princípio da reciprocidade no respeito da liberdade religiosa. A
obra da Igreja, em beneficio de pessoas de todas as crenças - disse - deveria ser
reconhecida pelo mundo islâmico.
Um ano após a resolução contra as perseguições
religiosas, o Parlamento europeu está estudando uma maneira de intervir no Iraque
em favor dos cristãos perseguidos e evitar seu êxodo.
O vice-presidente do
Parlamento, Mario Mauro, destacou que o fundamentalismo religioso é simplesmente uma
instrumentalização da religião, e que tutelar a liberdade religiosa significa defender
a liberdade de todos. (CM)