2008-10-08 14:18:15

Perante o ACNUR, o arcebispo Silvano Tomasi pede globalização da justiça


(8/10/2008) O Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, Suíça, D. Silvano Tomasi, interveio perante o Comité Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) comentando a crise financeira mundial, cujas consequências recaem sobre grupos vulneráveis da sociedade.
Essas consequências - afirmou - evidenciam concretamente a falta de justiça hoje no mundo.

Para o representante da Santa Sé, além da crise financeira, outro desafio que se apresenta à comunidade internacional é a mudança climática, que provoca escassez de comida e de água, a degradação do meio ambiente e o aumento dos desastres naturais.

"Somados aos conflitos nalgumas regiões, todos esses factores resultam numa intensificação da mobilidade humana forçada e numa incerteza quanto à nossa capacidade de garantir a assistência e a protecção de que necessitam." Todavia, afirmou D. Tomasi, este momento pode recordar - nos que a responsabilidade comum é realmente o factor determinante para o futuro da "aldeia global".

Recordou que os desastres, quer naturais, quer provocados pelo homem, expuseram milhões de pessoas a condições de extrema pobreza e de violações dos seus direitos humanos fundamentais. Essas condições obrigaram muitas pessoas a abandonar as suas casas, alimentando a vontade de muitas outras a fazerem o mesmo.

Para resolver esses problemas, são necessários medidas políticas, assistência imediata e conhecimentos técnicos. Mas não basta, "é necessária uma clara dimensão ética, que deve ser colocada no centro do debate para tomar decisões adequadas", destacou.
A Santa Sé acompanha a actuação do ACNUR por meio de acordos e tratados. É dever de todos os Estados examinar a realidade local e adaptar os instrumentos jurídicos à evolução da mobilidade forçada e ás suas condições geográficas. No entanto, D. Tomasi advertiu para o risco da intolerância por parte dos países que acolhem refugiados. Uma situação que absolutamente se deve evitar.
"A globalização da justiça e da solidariedade é a melhor garantia de paz e de futuro comum."

Salientou depois que a mobilidade não é um fenómeno isolado de outras realidades sociais. É o resultado de decisões políticas e de lacunas nas acções preventivas.

Uma resposta adequada, não é possível sem coerência nas acções das agências e dos protagonistas envolvidos. Assim como os instrumentos jurídicos são necessários, do mesmo modo o são a cultura da solidariedade e a eliminação das causas da mobilidade forçada.
 







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