L'OSSERVATORE ROMANO: PAPA FAZ LEITURA DA HISTÓRIA DE HOJE
Cidade do Vaticano, 07 out (RV) - Bento XVI falando de recentes eventos como
a atual crise financeira mundial, fez uma leitura da história real e ao mesmo tempo
aberta ao futuro, porque iluminada pela revelação. É quanto se lê no editorial de
ontem do jornal L’Osservatore Romano, escrito pelo seu diretor, Gian Maria Vian. Seguindo
um fio condutor, o editorial liga dois momentos diversos dos discursos do Santo Padre
das últimas horas: o primeiro, no domingo, durante a inauguração do Sínodo, quando
o Papa falou da crise de fé nas nações cristãs, e o segundo, ontem, segunda-feira
quando falou da falência dos bancos.
Bento XVI, - destaca o editorial - não
se detém nos livros: também esses passam como dissera na última homilia antes de
entrar no conclave que o elegeria Papa, mas ele dirige o seu olhar para o presente:
o que ocorreu com as antigas comunidades não poderia ocorrer também hoje? – perguntou-se.
Nações um tempo ricas de fé e de vocações hoje estão perdendo a sua identidade, sob
a influência deletéria e destruidora de uma certa cultura moderna”.
“O Papa,
porém, não é pessimista – prossegue o editorial de Vian – porque Jesus prometeu que
a vinha não será destruída e no fim, apesar de tudo, o mal e a morte não terão a última
palavra. A esta visão da história revelada pela Escritura, realista, e ao mesmo tempo
aberta ao futuro, acompanha-se a leitura de recentes eventos para recordar que a realidade
visível e tangível, como o sucesso e o dinheiro, um dia passará: “podemos ver isso
agora na crise dos grandes bancos: o dinheiro desaparece, não significa nada”. A
meditação de Bento XVI – continua o editorial – não é abstrata ou de parte, mas pede
a cada um que se interrogue com a razão aberta a Deus: “quem constrói a sua vida sobre
essa realidade, sobre a matéria, sobre o sucesso, sobre tudo aquilo que somente aparece,
constrói sobre a areia. Somente a Palavra de Deus é fundamento de toda a realidade,
é estável como o céu e mais do que o céu, é a realidade”.
Em síntese, Deus
e a sua Palavra são as únicas realidades que contam, porque sempre existirão diferente
de todo o resto. Por isso, afirma o Papa devemos levar em consideração se desejamos
realmente ser realistas. Explicando a Escritura, o bispo de Roma sublinhou mais uma
vez “o quanto ela seja central e marca o lugar de Deus na vida e no coração de cada
ser humano”. “E isso certamente – conclui o editorial do L’Osservatore Romano – a
assembléia sinodal indicará nos próximos dias”. (SP)