2008-10-07 13:32:47

"ECONOMIA A SERVIÇO DO HOMEM, E NÃO O CONTRÁRIO". DISCURSO NA ONU


Nova York, 07 out (RV) - O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Celestino Migliore, fez ontem mais um pronunciamento junto à 63ª sessão da Assembléia Geral da Organização.

O arcebispo iniciou seu discurso expressando preocupação pela proliferação das armas leves, dos conflitos civis e da atividade terrorista. Muitos acreditam que a violência e as guerras podem substituir a cooperação e o diálogo em prol do bem comum. Indo além das citadas 'falências' da humanidade, seria oportuno, segundo dom Celestino, focalizar a atenção nas causas desta conjuntura. Para enfrentá-las, ele sugere partir da sábia frase de Paulo VI, de 40 anos atrás: “o desenvolvimento é o novo nome da paz”. E recorda que desde então, muitos das metas desejadas, como a globalização da solidariedade, não foram alcançadas.

A este ponto, o arcebispo Migliore recomendou que a próxima Conferência para o Desenvolvimento, prevista para Doha, no Catar, seja uma oportunidade para a comunidade renovar suas promessas e a cooperação entre países ricos e pobres. A delegação da Santa Sé – garantiu o núncio – trabalhará com os participantes do encontro para por a economia global a serviço das pessoas, e não o contrário.

Lembrando os 60 anos da declaração pelos direitos humanos, o observador frisou que os direitos da liberdade de pensamento, consciência e religião estão na base do sistema. No entanto, é freqüente que sejam subestimados em controvérsias políticas, e as vozes dos discriminados são ouvidas somente quando são altas demais para serem ignoradas.

Um ano atrás, a Assembléia Geral adotou a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, e o observador pediu aos delegados que incrementem seu esforço por um maior entendimento entre seus governos e as comunidades indígenas.

Finalmente, dom Celestino afirmou que a esperança de sua delegação é que esta sessão sirva para promover mais cooperação e harmonia entre todos os povos. Nos últimos tempos, tem-se usado muita retórica, que ao invés de uni-los, os castigou e dividiu. O anseio da Santa Sé é que os participantes revertam a sensação de suspeita e depositem confiança na liderança comum e na compartilha de valores. Neste contexto – recorda dom Celestino – a Unidade de Suporte e Mediação pode ser um instrumento valoroso para restaurar a confiança perdida.

Concluindo, o observador pede que a ONU continue a ser forjadora de respostas às necessidades do século 21. (CM)

 







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