ÍNDIA: REIVINDICAÇÃO MAOÍSTA NÃO APLACA ÂNIMOS DOS RADICAIS HINDUÍSTAS
Nova Délhi, 06 out (RV) - A admissão de responsabilidade por parte dos rebeldes
maoístas não convenceu os radicais hinduístas, que continuam a defender e a difundir
a idéia de um envolvimento dos cristãos na morte do chefe religioso hinduísta Swami
Laxamananad.
Neste domingo, todos os meios de comunicação indianos deram amplo
espaço às declarações de Sabyasachi Panda, chefe do movimento rebelde naxalita em
Orissa, que reivindicou o homicídio do hinduísta. E não só, o líder maoísta acusou
o governo de ocultar duas cartas de reivindicação, fazendo de modo que a culpa recaísse
sobre os cristãos.
Os rebeldes maoístas são chamados naxalitas em referência
a uma revolta camponesa nos anos 60 em Naxalbari. Hoje, eles estão ativos em pelo
menos quatro Estados indianos, inclusive Orissa, onde há mais de 40 anos conduzem
a luta armada para uma revolução em favor dos camponeses pobres.
No entanto,
o diretor do Centro de comunicação dos missionários do Verbo Divino em Jharsuguda,
em Orissa, padre Sunil Damor, duvida que essa admissão de culpa seja suficiente para
restabelecer a verdade e aplacar os ânimos dos hinduístas. "A admissão de responsabilidade
infelizmente não convenceu os hinduístas", afirmou.
Já para o diretor da agência
de notícias AsiaNews, Pe. Bernardo Cervellera, a declaração explícita por parte
do líder maoísta mostra quanto seja injusta esta carnificina e este sacrifício cristão.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Pe. Cervellera confirmou que a situação na
Índia permanece trágica, com assassinatos diários e conversões forçadas. Para o padre,
os cristãos hoje na Índia têm duas alternativas: o martírio ou a fuga. (BF)