A SOLIDARIEDADE DOS MUÇULMANOS AOS CRISTÃOS IRAQUIANOS
Bagdá, 06 out (RV) - Representantes de organizações políticas e religiosas
árabes, curdas, turcomanas, sunitas e xiitas visitaram a sede do episcopado caldeu
de Kirkuk para expressar solidariedade à minoria cristã. No final de setembro, o Parlamento
iraquiano aboliu o art. 50 da lei eleitoral dos Conselhos provinciais, que garantia
15 cadeiras em seis províncias à comunidade cristã.
A notícia da visita foi
dada pelo bispo de Kirkuk, Dom Louis Sako: "Toda a delegação expressou a firme convicção
de que os cristãos são uma presença fundamental no país. Não é possível, portanto,
que sejam marginalizados da vida política e excluídos do mosaico que compõe o amado
Iraque".
Dom Louis agradeceu a visita e recordou que este é um momento importante
para os cristãos iraquianos, "que devem permanecer unidos".
Também o bispo
auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon Warduni, declarou-se decepcionado com a medida. "Estamos
muito preocupados", disse. "Continuaremos a fazer sentir a nossa voz, esperando que
o nosso apelo para o cancelamento do artigo seja acolhido. Estão em jogo os nossos
direitos como cidadãos iraquianos", acrescentou.
Em Bagdá, afirmou, ainda
existe medo: "As pessoas têm medo de sair, pois temem atentados suicidas. Esta é a
nossa nova vida: a lei que nos esquece, a eletricidade que falta, o perigo de morrer
a qualquer momento. O mundo está nos abandonando".
A propósito da situação
no Iraque, neste final de semana registraram-se novos episódios de violência contra
os cristãos.
Em Mossul, no sábado, um grupo armado matou o proprietário cristão
de uma loja de roupas Hazim Thomaso Youssif, de 40 anos. No mesmo dia, um jovem cristão
de apenas 15 anos, Ivan Nuwya, foi assassinado. (BF)