2008-10-02 14:14:02

ÁUSTRIA: ENCONTRO PARA PROMOVER O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO


Salzburgo, 02 out (RV) - Promover o "diálogo inter-religioso" partindo de identidades diversas _ culturais, históricas e sociais _ através das quais basear um relacionamento sobre a "compreensão recíproca", capaz de levar a "paz a áreas onde, ainda hoje, permanece grande a tensão entre fiéis de religiões diferentes". Com o lema "Cristianismo e Islamismo: uma nova vida em comum?", a fundação austríaca Initiative Christlicher Orient (ICO), criada para apoiar as Igrejas do Oriente, promoveu um congresso internacional, nos dias 22 e 23 de setembro, em Salzburgo, Áustria, do qual participaram mais de 100 pessoas entre professores e peritos do mundo árabe e cristão.

Aos quatro relatores do encontro foi confiada a tarefa de ilustrar as peculiaridades das duas grandes religiões monoteístas, e delinear os passos a serem percorridos, para promover um diálogo que, seguindo as indicações de Bento XVI na lectio magistralis de Regensburg, deixe de lado "ódio e fanatismo" e rejeite categoricamente a "lógica da violência" em favor de uma "crítica" recíproca e "construtiva".

O arcebispo de Kirkuk, Dom Louis Sako, explicou o relacionamento entre "cristãos e muçulmanos" no Iraque de ontem e de hoje, e a contribuição dada pela comunidade cristã ao desenvolvimento da cultura islâmica, graças à construção de escolas, hospitais e mosteiros em Bagdá, Najaf, Kerbala e Mosul, cidades santas para a tradição muçulmana xiita.

"O Alcorão define cristãos e judeus _ sublinhou o prelado _ como homens do Livro, que devem ser respeitados. Há, porém outros versetos nos quais é lícito submetê-los, exigindo uma taxa _ a Jizia _ para lhes garantir proteção."

Mesmo com episódios alternados, o relacionamento entre Cristianismo e Islamismo sempre se baseou, ao longo dos séculos, na colaboração e no respeito recíprocos.

A tragédia de 11 de setembro de 2001, nos EUA, e a sucessiva guerra no Iraque contribuíram para "piorar" as relações entre as duas religiões. Os fundamentalistas, a maior parte dos quais provenientes do exterior, infiltraram-se no Iraque, com o propósito de transformá-lo num Estado islâmico, baseado na xariá, semeando morte e destruição e contribuindo para a fuga de milhares de cristãos.

"Eles invocam a jihad (a guerra santa) _ prossegue o arcebispo de Kirkuk _ e tomam como alvo a comunidade cristã, com seqüestros, torturas e homicídios."

Por isso, Dom Sako convida os "muçulmanos moderados" _ a maioria _ a trabalharem junto com os cristãos, para promover "harmonia e tolerância" e a mostrar a face "não-violenta" do Islamismo, que não tolera o sacrifício de "vítimas inocentes". (SP)







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