2008-10-01 14:20:46

CRISTÃOS IRAQUIANOS PROTESTAM CONTRA CANCELAMENTO DE LEI


Bagdá, 1º out (RV) - A Santa Sé protesta e os cristãos iraquianos se dizem revoltados contra a decisão tomada na semana passada pelo Parlamento de Bagdá de cancelar o art. 50 da lei eleitoral sobre conselhos provinciais, artigo que garantia à minoria católico-caldéia 13 cadeiras.

Em uníssono, o Patriarca dos Caldeus, o cardeal Emmanuel III Delly e o procurador caldeu junto à Santa Sé, mons. Philip Najim, não hesitam a falar de “uma grave injustiça”. E enquanto os sites católicos, inclusive o SIR, o Serviço de Informações Religiosas do Episcopado italiano, relançando as suas declarações, ontem em Mosul saiu às ruas a minoria cristã. A questão, pedem, deve ser enfrentada imediatamente pelo primeiro-ministro Nuri Al Maliki.

As províncias iraquianas, de fato, vão às urnas no próximo dia 31 de janeiro escolhendo os candidatos com a nova Iraqi Election Provincial Law, uma norma do artigo modificado, que anteriormente previa a designação à comunidade cristã de 13 cadeiras para garantir representatividade à minoria religiosa. Mas agora com o cancelamento por parte do Parlamento do artigo, não existem mais as 13 cadeiras para as minorias religiosas.

O Patriarca caldeu de Bagdá escreveu seu protesto ao premier: “Sentimo-nos iguais a todos os demais componentes do país, sem alguma discriminação, mas foi grande o golpe que recebemos”. Assim falou Delly, precisamente o prelado que Bento XVI quis fazer cardeal no último consistório, como sinal de atenção para com o sofrimento da martirizada e perseguida comunidade cristã iraquiana, obrigada cada vez mais a emigrar.

“Uma semelhante decisão – destaca Dom Louis Sako, arcebispo de Kirkuk, que também escreveu para o Parlamento e para o representante das Nações Unidas no Iraque – levará outros cristãos a deixarem o país e o Iraque perderá pessoas instruídas, capazes e leais que podem dar muito para a construção da Nação”. Dom Sako recorda em seguida que a “Carta das Nações Unidas”, assinada pelo governo do Iraque, prevê o respeito das minorias”.

Da Cidade do Vaticano, intervém também o procurador caldeu junto à Santa Sé, mons. Philip Najim, entrevistado pelo site Baghdadhope, o qual fala de “decisão tomada sem pensar” e que deve ser “revista porque o povo iraquiano deve ser representado politicamente no seu total”.

O premier Al Maliki, durante o seu encontro com o Papa no último dia 25 de julho, no Vaticano, havia prometido defender a minoria cristã do país e havia convidado o próprio Pontífice a visitar o Iraque, quando o país fosse definitivamente pacificado. (SP)







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