2008-09-30 19:46:20

BISPO DE ASMARA: COMUNIDADE INTERNACIONAL NÃO ABANDONE O CHIFRE DA ÁFRICA


Asmara, 30 set (RV) - É preocupante a situação humanitária no Chifre da África, que compreende Etiópia, Eritréia e Somália. A ONU lançou recentemente o alarme, pedindo que sejam alocados 700 milhões de dólares para ajudar as pessoas que vivem na área. Acrescentam-se a essa grave situação humanitária os numerosos conflitos que caracterizam toda a região e, em particular, a jamais superada crise entre Etiópia e Eritréia. Sobre o papel que a comunidade internacional é chamada a desempenhar em favor dessa região da África, a Rádio Vaticano entrevistou o bispo de Asmara, na Eritréia, Dom Menghisteab Tesfamariam. Eis o que disse:

Dom Menghisteab Tesfamariam:- "O nosso trabalho principal é o de rezar pela paz. Depois, na medida do possível, buscamos fazer entender que a paz é vantajosa para todos. A paz é um direito natural de todas as pessoas, todos devem viver em paz. Assim Deus quer, assim quer a Igreja: que todas as pessoas de todas as nações estejam em paz e colaborem também entre si. Portanto, nós queremos pedir à comunidade internacional que não se esqueça de fazer tudo aquilo que puder para realizar a paz nesta região da África. Toda a região é atingida por essa situação de conflito, de tensão e, portanto, as pessoas, ao invés de se concentrar no trabalho _ sobre como produzir alimento, sobre o progresso da própria vida _, devem estar ali custodiando os confins, se ocupando dessas coisas."

P. Muitas vezes a guerra, a fome, a falta de perspectivas, são motivo para uma forte emigração, sobretudo, dos mais jovens...

Dom Menghisteab Tesfamariam:- "Para mim é um empobrecimento para o país, porque quando se perdem os jovens, se perde também um pouco o cérebro da população porque aqueles que deixam o país representam um potencial que o país perde. Queremos que venha a paz, que esses jovens possam permanecer em seu país e ajudá-lo a progredir."

P. A população tem, talvez, a sensação de ser um pouco abandonada pela comunidade internacional, nestes últimos anos?

Dom Menghisteab Tesfamariam:- "Sim, nós nos sentimos um pouco abandonados ou isolados, no sentido que a comunidade internacional ajudou a se alcançar um acordo entre os dois países, por exemplo, no ano 2000. Mas depois não houve um prosseguimento, como deveria ser. Parece que a comunidade internacional se retirou um pouco. Podem ser muitas as razões para isso, porém, o meu apelo é de que não se dê por vencida, mas continue de todos os modos, a fim de que venha a paz." (RL)







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