2008-09-29 20:18:10

"ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE É UMA GRANDE ESCOLHA DE VIDA"


Roma, 29 set (RV) - "A abolição da pena de morte é uma grande escolha de vida": é o que afirma o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, ao III Congresso Internacional de Ministros da Justiça, que se realiza nesta segunda-feira, em Roma, sobre o tema: "Da moratória à abolição da pena capital". O congresso é promovido pela comunidade católica romana de Santo Egídio.

O Cardeal Martino destaca que a pena capital é "um instrumento que se revela cada vez mais, não só contrário aos grandes valores cristãos, que constituem a base dos direitos universais do homem, mas também a sua total ineficácia".

"A voz da Igreja _ lembra o cardeal _ sempre esteve e sempre estará da parte da vida. A vida humana deve ser sempre defendida, mesmo a de quem matou conscientemente. Também a pena não pode senão ser de redenção. Não se pode privar ninguém da possibilidade de resgatar-se. Compartilho plenamente o vosso empenho" _ conclui o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz" , "na esperança que concorra eficazmente a apressar o dia em que a pena de morte seja definitivamente cancelada da Terra".

Participou do congresso também Dom Agostino Marchetto, secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes. O arcebispo destacou com força, que "a pena de morte nunca é necessária, nem frente a crimes hediondos ou ao genocídio", lembrando que "a Igreja Católica vê com extremo favor e com grande esperança a mobilização internacional" para a abolição da pena capital, pena que definiu "sem apelo e sem função de reabilitação do condenado".

Dom Marchetto afirmou que a moratória pode ser vista "como primeiro passo necessário para aqueles países que têm necessidade de dotar-se de instrumentos apropriados do Direito, e de oferecer raízes mais profundas ou mesmo inéditas, a uma cultura da vida".

O arcebispo, que reiterou as idéias de fundo do Cardeal Martino, louvou, por fim, a Comunidade de Santo Egídio, por seu "trabalho constante e capilar, em nível internacional, para favorecer, junto às instituições, aos governos, à opinião pública e às pessoas comuns, uma sensibilidade mais aberta às exigências de uma justiça que "vá além", ou seja, que respeite a vida humana, mesmo a dos condenados".

Representantes de 16 países participam deste III Congresso promovido pela Comunidade de Santo Egídio. A esperança é que se possa alargar a frente das nações que eliminaram as execuções de sua legislação. Até hoje, 62 países mantêm a pena de morte e são 135 os que a aboliram na lei ou na prática. (PL)







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