2008-09-28 15:19:32

ANGELUS: BENTO XVI RECORDA OS 30 ANOS DO FALECIMENTO DE JOÃO PAULO I


Castel Gandolfo, 28 set (RV) – Ao meio-dia deste domingo, como faz habitualmente, Bento XVI rezou a oração mariana do Angelus, com os fiéis reunidos no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo.

Na alocução que precedeu a oração, o Santo Padre recordou que a liturgia deste domingo nos propõe a parábola evangélica dos dois filhos enviados pelo pai, a trabalhar na sua vinha. Um diz imediatamente que sim, mas depois não vai; o outro ao invés, num primeiro momento se recusa, mas depois, arrependido, responde ao desejo paterno.

Com essa parábola _ explicou o papa _ "Jesus reafirma sua predileção pelos pecadores que se convertem, e nos ensina que é necessário ter humildade, para acolher o dom da salvação".

O pontífice recordou São Paulo que, na carta aos Filipenses, os exortava à humildade: "Não façais nada por espírito de competição ou por vanglória, ao contrário, levados pela humildade, considerai uns aos outros superiores." São esses os mesmos sentimentos de Cristo que, despojado da glória divina por amor a nós, se fez homem e se abaixou até a morte na cruz.

Esses textos bíblicos levarem Bento XVI a pensar na risonha figura de João Paulo I, neste domingo em que se recordam os 30 anos de seu falecimento: "Ele escolheu como lema episcopal o mesmo de São Carlos Borromeu: humilitas. Uma só palavra _ disse Bento XVI _ que sintetiza a essência da vida cristã e indica a indispensável virtude de quem, na Igreja, é chamado ao serviço da autoridade."
 
Recordando em seguida, uma das quatro audiências gerais do brevíssimo pontificado de João Paulo I _ apenas 33 dias _ o papa sublinhou seu tom familiar e uma sua recomendação: "Limito-me a recomendar uma virtude, tanto cara ao Senhor", disse: "aprendam de mim que sou manso e humilde de coração". Mesmo que tenham feito grandes coisas, digam "somos servos inúteis". E observou "ao invés, a tendência em todos nós, é de nos colocarmos em evidência". A humildade pode ser considerada _ disse Bento XVI _ "seu testamento espiritual".

Graças precisamente a esta sua virtude, bastaram 33 dias para que Papa Luciani entrasse no coração do povo.

Bento XVI ressaltou que João Paulo I utilizava, em seus discursos, exemplos tirados da vida concreta, de suas recordações de família e da sabedoria popular. Sua simplicidade era o veículo de um ensinamento sólido e rico. Foi um incomparável catequista, seguindo as pegadas de Pio X, seu conterrâneo e predecessor, primeiramente na cátedra de São Marcos, em Veneza, e depois, na de São Pedro.

"Façamos tesouro de seu exemplo _ disse o Santo Padre _ empenhando-nos a cultivar a mesma humildade que o tornou capaz de falar a todos, especialmente aos pequenos e aos distantes."

Antes de concluir o encontro com os fiéis e peregrinos reunidos em Castel Gandolfo, Bento XVI disse que, concluído o período do verão no hemisfério norte, na próxima terça-feira, ele retornará ao Vaticano. Agradeceu a Deus por todos os dons concedidos neste período e fez uma breve síntese dos principais eventos nos quais ele participou: o Dia Mundial da Juventude, em Sydney, o período transcorrido em Bressanone, a visita à Sardenha e a viagem apostólica a Paris e Lourdes. (SP)







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