Presidente da Caritas Internacional, perante a Assembleia Geral da ONU, pede luta
contra a pobreza
(26/9/2008) O presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga,
pediu aos líderes mundiais que tomem «decisões valentes e cumpram as promessas passadas»
para realizar os objectivos do Milénio em 2015. O cardeal Maradiaga interveio
na reunião de alto nível convocada por ocasião da 63ª Assembleia Geral das Nações
Unidas, que acontece nestes dias em Nova Iorque. O purpurado é um dos seis líderes
da sociedade civil a quem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, convidou para participar
numa mesa-redonda sobre as mudanças climáticas. O presidente da Caritas Internacional
afirmou que houve «uma falta de liderança política» na hora de trabalhar para alcançar
os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio . A causa deste fracasso não se deve
somente a questões de dinheiro, de ajuda efectiva ou de comércio justo, explicou o
purpurado, mas sim de confiança, já que é necessário «imaginar um mundo que já não
esteja dividido em primeiro e terceiro». Em relação às mudanças climáticas, o cardeal
explicou que está afectando negativamente o progresso dos países em vias de desenvolvimento,
e pediu «urgentemente» às nações industrializadas que reduzam a emissão de gazes com
efeito estufa.
Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal Rodríguez Maradiaga
desejou que «se chegue a dar passos concretos para reduzir a pobreza em 2015», mas
acrescentou que o mais necessário «é que as Nações Unidas considerem que sem desenvolvimento
não será possível cumprir os Objectivos do Milénio ». «É necessário destinar
maiores recursos ao desenvolvimento» e, ao mesmo tempo, os países em vias de desenvolvimento
precisam de se empenhar na luta contra a corrupção». Neste sentido, o purpurado
acrescentou que a missão da Igreja «é continuar a conscientizar os povos, através
da doutrina social – como dizia Paulo VI na Populorum Progressio, de que o
desenvolvimento é o novo nome da paz, e que sem desenvolvimento não será possível
conseguir a paz no mundo».