2008-09-21 19:36:54

O Papa chamou hoje a atenção para à necessidade do perdão, da unidade, da reconciliação fraterna, da comunicação, como condições indispensáveis para apresentarmos dignamente as ofertas ao altar. Foi neste domingo na homilia da missa de consagração do novo Altar Mor da Catedral de Albano, cidade onde se encontra a residência papal de Castel Gandolfo.


Numerosos fiéis e turistas assistiram na manhã deste domingo à celebração eucarística presidida pelo Papa na cidadezinha de Albano, localidade de que faz parte Castel Gandolfo. Bento XVI foi convidado pelo bispo daquela diocese, Mons. Marcello Semeraro, a presidir ao rito de consagração do novo Altar Mor da catedral de Albano, depois dos trabalhos de restauração.
O Papa foi acolhido no portão da Palácio Pontifício de Castel Gandolfo pelo cardeal Ângelo Sodano, titular da Igreja Suburbicária de Albano, por Mons. Marcello e pelo Presidente da Câmara daquela cidade. Depois, dirigiu-se a pé à Catedral, onde foi acolhido pelos canónicos.

Perdão, unidade, reconciliação fraterna, comunicação, como condições indispensáveis para apresentamos a oferta ao altar, estiveram no centro da homilia proferida pelo Santo Padre.
Tendo sido escolhida como primeira leitura, o Livro dos Macabeus em que se fala da purificação do templo, episódio a partir do qual foi instituída a festa da Dedicação, o Papa comparou a alegria que caracterizou aquele evento com a que se vivia em Albano, ao saber que no Altar hoje consagrado, Cristo continuará a imolar-se pela nossa salvação no sacramento da Eucaristia. E recordou que a presença de Cristo na Eucaristia é uma presença dinâmica que se apodera de nós para nos tornar seus; para fazer de cada um de nós a sua “casa”, pois que todos juntos formamos a sua Igreja. E o Papa continuou citando Santo Agostinho, segundo o qual mediante a fé nos tornamos tijolos para a construção da Igreja de Cristo.
“ Santo Agostinho observa que mediante a fé os homens são como que lenha trazida dos bosques e dos montes para a construção. Mediante o baptismo, a catequese e a predicação são adaptadas à construção; mas só se transformam em casa do Senhor quando são acompanhados pela caridade. Quando os crentes são reciprocamente conexos segundo uma determinada ordem, justapostos e coesos, quando são unidos na caridade se tornam verdadeiramente casa do Senhor, sem o perigo de cair”.
É, portanto, o amor de Cristo, a caridade que não terá fim, a energia espiritual que une aqueles que participam na mesmo sacrifício e se nutrem do mesmo pão. Mas será possível comunicar com o Senhor, se não comunicarmos entre nós? Como é possível apresentar-se perante o altar de Deus divididos, longe uns dos outros? - perguntou-se Bento XVI – exprimindo perante os presentes, o desejo de que o Altar hoje consagrado seja para todos um constante convite ao amor, a aceitá-lo e a difundi-lo, a aceitar o pedido de perdão dos outros e a perdoar.
E aqui Bento XVI citou o texto de S. Mateus, escolhido para esta ocasião e que disse, apela à reconciliação fraterna, indispensável para apresentarmos dignamente a oferta ao altar. E recordou que também os profetas denunciavam com vigor a “inutilidade daqueles gestos de culto privados de correspondestes disposições morais, especialmente na relação com o próximo”. E o Papa exprimiu um desejo…
“Portanto, todas as vezes que vos aproximais do altar para a celebração eucarística, o vosso ânimo se abra ao perdão e à reconciliação fraternas, prontos a aceitar as desculpas de quantos vos feriram e prontos, vós também, a perdoar”.
O Papa recordou depois que na liturgia o altar torna-se, de certo modo o ponto de encontro entre o Céu e a terra, o centro da única Igreja que é celeste e ao mesmo tempo peregrina na terra, onde entre a persecução do homem e a consolação de Deus, os discípulos do Senhor anunciam a paixão de Cristo até ao seu regresso na glória. Cada celebração eucarística antecipa o triunfo de Cristo sobre o pecado e sobre o mundo.
Bento XVI relacionou toda esta reflexão em volta do significado do altar e da Eucaristia com o altar da Catedral de Albano que estava para ser consagrada, recordando aos fiéis que se trata de testemunhar com a vida a própria fé em Cristo e a total confiança nele. E acrescentou:
“Trata-se também de cultivar a comunhão eclesiástica que é antes de mais um dom, uma graça, fruto do amor livre e gratuito de Deus, algo de divinamente eficaz, sempre presente e operante na história, para além de todas as aparências contrárias. A comunhão eclesiástica é, todavia, uma tarefa confiada à responsabilidade de todos” .
Palavras do Papa na missa celebrada esta manhã em Albano, onde consagrou o novo Altar Mor da Catedral daquela cidade, Catedral dedicada a São Pancrácio, cuja protecção, assim como a de São Mateus e da Virgem Maria, o Papa invocou para essa Catedral agora renovada na sua beleza.

Na saudação que lhe dirigiu, o bispo daquela diocese, Mons. Marcello Semeraro, recordou o encontro do Papa com os sacerdotes em Agosto de 2006, no qual – disse - Bento XVI indicou com clareza e eficácia o caminho a seguir na pastoral.
O bispo de Albano pôs depois em foco o motivo da presença do Papa hoje na Catedral da sua diocese, citando a encíclica Deus Caritas Est, na qual Bento XVI afirma que na Eucaristia Deus desce até nós e manifesta o seu amor e comunhão connosco.
Falando depois da pastoral em Albano, Mons. Semeraro disse que nestes anos sentiram a necessidade de se dedicar ao “primeiro anuncio” e na tentativa de dar um novo rosto às comunidades paroquiais, organizaram um itinerário de iniciação cristã para jovens e adultos, insistindo na pastoral da família e criando um projecto missionário denominado “Albano-Jovens” em que se tenta transmitir a fé às novas gerações. Isto na linha daquilo que o Papa sugeriu em Maio passado à Conferência Episcopal italiana, ao sublinhar a importância do encontro dos jovens com o Evangelho.









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