Apelo do Papa a prestar, sem demoras, assistência às populações afectadas pelos recentes
ciclones em Cuba, Haiti, Republica Dominicana e Texas, nos Estados Unidos. O Papa
convidou tambem a tomar medidas para concretizar os Objectivos do Milénio a pô-las
em prática. Bento XVI falava depois do Angelus, em Albano, ocasião em que recordou
também os doentes de Alzheimer e os seus familiares, e fez uma reflexão sobre a parábola
da Vinha do Senhor, recordando que poder ser servidor de Cristo é já de per si uma
recompensa inestimável
Terminada a missa em Albano, o Papa recitou aí mesmo a habitual oração mariana do
Angelus, fazendo uma rica reflexão sobre a parábola da vinha do Senhor. Depois recordou
os sofrimento de alguns países das Caraíbas, de modo particular Haiti, Cuba, a República
Dominicana – e o Sul dos Estados Unidos – sobretudo o Texas – que foram duramente
atingidos, nas semanas passadas, por violentos ciclones. Bento XVI assegurou-lhes
a sua oração, mas não se limitou a isto…. “Desejo, além disso, que cheguem, sem
demoras, os socorros às zonas mais prejudicadas. Queira o Senhor, que, pelo menos
nestas circunstâncias, a solidariedade e a fraternidade prevaleçam sobre todas as
outras razões”. Ainda depois do Angelus, o Papa referiu-se também ao encontro
de alto nível que vai ter lugar no próximo dia 25 em Nova Iorque, no âmbito da 63ª
Assembleia Geral da ONU, para verificar a actuação dos objectivos do Milénio, fixados
há oito anos atrás. E apelou mais uma vez a que se tomem medidas concretas para chegar
a esses objectivos. “Quero renovar o convite a fim de que se tomem e se apliquem
com coragem as medidas necessárias para desenraizar a pobreza extrema, a fome, a ignorância
e o flagelo das pandemias, que atingem sobretudo os mais vulneráveis. Um tal empenho,
embora exigindo, neste momento de dificuldades económicas mundiais, particulares sacrifícios,
não ficaá sem produzir importantes benefícios seja a nível das Nações que necessitam
de ajuda do exterior, seja a nível da paz e do bem-estar de todo o planeta.”
Na
reflexão antes do Angelus, Bento XVI, falou do Evangelho deste domingo que submete
à nossa reflexão a parábola da vinha do Senhor. Começou por recordar que quando foi
eleito Papa ele próprio se definiu um operário na vinha do Senhor. E entrando nos
meandros desta parábola em que os trabalhadores se põe a discutir, no fim do dia,
se a paga é justa ou não, o Papa disse que o que está em causa é que ninguém fique
desempregado, ser chamados a trabalhar na vinha do Senhor é já de per si uma recompensa,
um prémio inestimável. Mas atenção: “Só o pode compreender quem ama o Senhor
e o seu Reino; quem, pelo contrário, trabalha unicamente pela paga não se dará nunca
conta do valor deste inestimável tesouro”. O Santo Padre disse depois que São
Mateus, cuja festa litúrgica se comemora neste domingo, viveu em primeira pessoa esta
experiência. De publicano, público pecador, que era tornou-se discípulo de Cristo,
e de último que era passou a ser o primeiro, precisamente porque – recordou o Papa
- os pensamentos e as vias do Senhor são diferentes dos nossos, e também porque Mateus
soube colher imediatamente o convite do Senhor a trabalhar na sua vinha. Também
São Paulo, do qual estamos a celebrar o ano jubilar, experimentou a alegria de ser
chamado a trabalhar na vinha do Senhor, ao ponto de afirmar: “ para mim viver é Cristo
e morrer um ganho”. Ele compreendeu que ser operário para o Senhor é já nesta terra
uma recompensa. Por fim o Papa recordou a sua recente viagem a Lourdes, pedindo
a Nossa Senhora que nos ajude a responder sempre positivamente à chamada do Senhor.
E das saudações do Papa aos peregrinos e fiéis do mundo inteiro em diversas
línguas, realçamos as palavras em italiano, onde Bento XVI, para além dos jovens de
Castel Gandolfo que têm hoje o primeiro torneio desportivo para a paz, referiu-se
também à jornada Mundial da sanidade à doença de Alzheimer, exprimindo a sua espiritual
proximidade às pessoas afectadas por esta doença e aos seus familiares.