O Papa convida os novos bispos a não terem medo dos sacrificios que comporta a sua
missão e a ver em São Paulo um mestre do qual aprender a ultrapassar sacrifícios para
anunciar o Evangelho e enfrentar as dificuldades. Os 132 novos bispos, ordenados nos
últimos 12 meses, estão em Roma a seguir um curso sobre a vida e missão do bispo.
Iniciado no dia 15, o curso termina no próximo dia 23.
O Papa recebeu este sábado de manhã em audiência, os novos bispos ordenados ao longo
dos últimos 12 meses e que se encontram desde o passado dia 15 em peregrinação à Sé
de Pedro e no encontro sobre a vida e missão do bispo. Acolhendo-os com alegria,
Bento XVI dirigiu-lhes um discurso denso de significado, em que, neste ano Paulino,
convidou-os a ver em São Paulo não apenas uma figura do passado, mas um mestre. Dele
os bispos devem aprender a olhar com simpatia para os povos a ser evangelizados, a
procurar em Cristo a luz e a graça de anunciar hoje a Boa Nova, e a ser incansáveis
no percurso dos caminhos humanos e geográficos do mundo actual para levar Cristo aos
que não O conhecem ainda. Bento XVI recordou aos novos bispos que a sua missão
é extremamente vasta, difícil e complexa: dioceses vastas, por vezes sem estradas
e meios de comunicação ou mesmo marcadas pelo violento vento da descristianização,
da secularização, do indiferentismo religioso e da relativização dos valores. Tudo
isto sem esquecer que em muitas regiões os cristão são uma minoria, e o confronto
com outras religiões é forte, ou então situações onde os cristãos são perseguidos
por ataques violentos. Perante situações pesadas como estas, as armas da pregação
podem parecer sem a força necessária. Mas não tenhais medo – disse Bento XVI aos novos
bispos - exortando-os a se deixarem inspirar por São Paulo, que teve de sofrer muito
pelas mesmas causas. Ele – continuou o Papa – não fugia às dificuldades e aos sofrimentos,
porque estava bem consciente de que fazem parte da cruz que os cristãos devem carregar
dia após dia. Paulo estava convencido de que o amor de Cristo ressuscitado merecia
este sacrifício. Mas o que mais o animava no seu percurso era o sentir-se amado por
Jesus e o desejo de transmitir esse amor aos outros. A concluir, Bento XVI voltou
a dizer aos novos bispos para não hesitarem em recorrer a este potente mestre da evangelização
aprendendo dele como amar Cristo, como sacrificar-se no serviço aos outros, como identificar-se
como os povos aos quais são chamados a pregar o Evangelho. Recordamos que os 132
novos bispos (três dos quais portugueses) continuam a sua peregrinação e encontro
até ao próximo dia 23, no Ateneu Regina Apostolorum, em Roma. O percurso conta com
diversas conferências sobre a missão do bispo, para além de momentos de oração.