Varsóvia, 17 set (RV) - O porta-voz do Episcopado da Polônia, dom Józef Kloch,
afirmou que a Igreja no país não está reivindicando a devolução dos bens que foram
nacionalizados após a II Guerra Mundial. Em entrevista coletiva a jornalistas, em
Varsóvia, o bispo explicou que a Comissão Patrimonial está solicitando apenas a restituição
do que foi roubado por pessoas designadas pela Igreja para administrar esses bens.
“A
lei de 1950 garantia que as paróquias poderiam ter terrenos de até 50 hectares, que
alguns funcionários muito zelosos acabavam, simplesmente, tomando para si”, destacou
dom Kloch.
O bispo lembrou que a Comissão Patrimonial trata da questão há 17
anos. “Não se pode dizer que será restituída área por área, já que terrenos no centro
de Varsóvia não equivalem a terrenos em lugares remotos como, por exemplo, na região
da fronteira eslovaca”, acrescentou o porta-voz do Episcopado polonês. Dom Józef Kloch
destacou também que é falso e errôneo afirmar que a Igreja no país já recebeu muito
mais do que esperava.
A esquerda polonesa anunciou que recorrerá ao Tribunal
Constitucional, nesta semana, para examinar se as relações entre Estado e Igreja,
especialmente no que se refere às atividades da Comissão Patrimonial, estão de acordo
com a Constituição. (MO)