2008-09-16 20:01:21

IGREJA PROMOVE CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A EVOLUÇÃO


Cidade do Vaticano, 16 set (RV) - Realizou-se esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, uma coletiva de imprensa para a apresentação do Congresso Internacional sobre os 150 anos da "Evolução das Espécies", de Charles Darwin. O tema do Congresso será: "Evolução biológica: Ciência e fé: debate sobre a evolução".

O Congresso realizar-se-á de 3 a 7 de março de 2009 e é organizado pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, em colaboração com a Universidade Notre Dame, de Indiana, EUA, sob o patrocínio do Pontifício Conselho para a Cultura. A coletiva de imprensa foi dirigida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, e por docentes da Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e de Pádua.

A iniciativa nasce no âmbito do Projeto STOQ (Ciência, Teologia e Questão Ontológica) do qual participam sete universidades pontifícias, coordenadas pelo dicastério vaticano. Trata-se de um projeto destinado a construir uma ponte entre ciência e teologia.
A 150 anos da publicação da "Origem das Espécies", de Charles Darwin, cientistas de várias disciplinas e filósofos _ que professam um credo religioso e agnósticos _ chamados do mundo inteiro, juntamente com teólogos, farão uma avaliação das teorias evolucionistas, limpando o campo de um equívoco que poderia prejudicar os trabalhos, como destacou Dom Gianfranco Ravasi...

"Gostaria de reiterar a não incompatibilidade a priori entre as teorias da evolução com a mensagem da Bíblia e da teologia. Darwin, como se sabe, nunca foi condenado. "A Origem das Espécies" não foi colocada no "Índice dos Livros Proibidos" e, acima de tudo, existem pronunciamentos muito significativos do próprio magistério eclesial sobre a evolução. Será interessante seguir este congresso internacional no qual se procurará inter-relacionar harmoniosamente, a parte científica, que terá grande destaque nos primeiros dias, com a parte filosófica e teológica."

Dom Ravasi citou o pronunciamento de Pio XII, na Humani Generis, de 1950, e o discurso de João Paulo II, em 1996, na Academia das Ciências.

O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura fez votos de que o congresso possa ser animado por três virtudes: a pesquisa séria, não aproximativa, para além dos lugares-comuns, dos estereótipos, da arrogância, dos radicalismos e dos complexos de inferioridade de que por vezes sofre a teologia. As duas outras virtudes recomendadas são a humildade e o otimismo.

"Nós, certamente, o teólogo de um lado e o cientista, do outro, temos os pés plantados em terrenos diversos, em regiões diferentes, que têm bandeiras diferentes, estatutos diferentes. O importante é que a linha de demarcação não seja uma "muralha chinesa", ou uma "cortina de ferro", para além da qual não se olha, por desprezo ou por falta de interesse; mas que haja precisamente a nobreza da distinção: a distinção não é separação. Então, é necessário um ato de humildade também da parte do teólogo, que deve ouvir e aprender da outra parte; é necessário superar aquela arrogância de alguns cientistas que mofam de quem se obstina na fé, considerada _ a fé ou a teologia _ como o resíduo de um paleolítico intelectual jogado hoje às margens de uma avenida luminosa e progressista percorrida pela ciência". (PL)







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