2008-09-15 20:00:26

DIRETOR DA SALA DE IMPRENSA FAZ BALANÇO DA VIAGEM DO PAPA À FRANÇA


Lourdes, 15 set (RV) - Para um balanço da viagem do papa à França, a Rádio Vaticano entrevistou o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Pe. Federico Lombardi. Confira a entrevista.

Pe. Lombardi – "Certamente é um balanço muito positivo. Parece-me que esta viagem à França se insira na série das viagens deste ano, a partir das viagens aos EUA e à Austrália, nas quais constatamos uma grande acolhida, uma acolhida muito disponível, aberta, sem preconceitos, nas quais o papa pôde transmitir a sua mensagem com serenidade, quer para a Igreja quer para a sociedade. Também a ressonância muito positiva que se ouviu na França como por toda a parte confirmam que a viagem alcançou plenamente os seus objetivos".

P. Pode-se dizer, Padre Lombardi, que, de certo modo, a França mudou, pelo menos como a viam alguns?

Pe. Lombardi – "Certamente este tema da laicidade e da laicidade positiva, que foi de certo modo o sinal com o qual a visita começou com o encontro nos Campos Elísios, pareceu a alguns uma coisa nova e denota um clima construtivo, de serenidade, de capacidade de diálogo para contribuir para que as diversas instituições – tanto o Estado como a Igreja – possam melhorar a sua contribuição para o bem comum dos cidadãos".

P. – E sobre Lourdes, que foi a etapa culminante da viagem, Padre Lombardi, o que dizer?

Pe. Lombardi – "Sem dúvida, Lourdes foi a etapa culminante do ponto de vista espiritual, embora em Paris certamente as Vésperas em Notre Dame e a grande Missa na Esplanada dos Inválidos, foram de uma qualidade espiritual impressionante. Uma grande participação, uma participação atenta, que deu o sentido de que também na capital a Igreja é viva e portadora de um testemunho de fé profundo e genuíno. Em Lourdes, estamos na fonte da espiritualidade do povo cristão, com a sua característica ternura mariana. Nas suas homilias, nos seus discursos, o papa fez uma catequese a partir das aparições. Impressionou-me muito este particular: ele soube realçar o tema da luz, que é característico da aparição de Nossa Senhora na gruta; o tema da construção da Igreja, que Nossa Senhora pediu nas aparições; o tema da orientação cristológica e teocêntrica das aparições de Maria, que rezava juntamente com Bernardette no momento do Glória ao Pai. E esta manhã foi muito bonito o tema do sorriso de Maria, que acolhe e difunde a alegria e a serenidade também na vida dos que sofrem, na vida de todos os que se dirigem ao Senhor, na sua humildade e na sua pobreza, com confiança. Parece-me que o tema do sorriso de Maria e da esperança foi o desfecho quase natural desta viagem, que indica o grande tesouro que a Igreja tem de poder ajudar a encontrar o sentido da vida, mesmo nas situações mais difíceis".

P. – E o que dizer do encontro com os bispos franceses, Padre Lombardi?

Pe. Lombardi – O papa, naturalmente, encontrou-se com a Igreja francesa mediante os bispos na sua totalidade e transmitiu-lhe uma mensagem. Transmitiu-lhes, de maneira muito serena, uma mensagem que precisou certas orientações. De resto, é isto que se espera do papa como pastor universal, que dê uma diretriz, uma orientação. Tocou os pontos principais que se referem aos problemas da Igreja na sociedade francesa: a falta de vocações e de sacerdotes, a problemática da família, do diálogo ecumênico e inter-religioso, a problemática do diálogo com a sociedade. E o fez com grande serenidade e espírito construtivo. Os que falavam de uma situação da Igreja francesa em dificuldade certamente encontram da parte do papa uma confiança, uma injeção de confiança, porque quando nos coligamos com as fontes da espiritualidade cristã, da fé, se podem enfrentar mesmo situações difíceis, olhando para a frente com a convicção de dar uma contribuição positiva. De resto, também o grande discurso sobre a cultura, no Colégio dos Bernardinos, deu muito claramente a sensação de que o discurso sobre as raízes cristãs, nas quais os papas tanto insistiram, não é um discurso de slogans, mas tem conteúdos ricos e precisos. O papa mostrou muito bem que precisamente a partir da busca de Deus, a partir de uma vida religiosa se desenvolvem muitas dimensões da cultura, a dimensão das letras, das artes, da música, da interpretação dos textos, da operosidade, da laboriosidade prática, que são dimensões absolutamente fundamentais. Portanto, a Igreja sente-se presente no íntimo da nossa cultura e deseja continuar a estar presente também no futuro.(PL)







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