MISSA DOS 150 ANOS DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA EM LOURDES
Lourdes, 14 set (RV) - Penúltimo dia da X Viagem Apostólica de Bento XVI, que
hoje se encontra em peregrinação a Lourdes, para celebrar os 150 anos das Aparições
de Nossa Senhora a Santa Bernadete.
O Santo Padre deixou, esta manhã, a Casa
de Retiros São José e se dirigiu, de papa-móvel, ao Prado do Santuário Mariano de
Lourdes, vivamente aplaudido pela multidão entusiasta, para a celebração Eucarística,
ponto alto e central da sua visita à França: as celebrações jubilares das Aparições
de Nossa Senhora em Lourdes.
O bispo de Tarbes-Lourdes, Dom Jacques Pérrier,
fez uma saudação ao Papa, em nome de todos os presentes. Participaram da celebração
os bispos da França, mas também de outros países, numerosos sacerdotes, religiosos,
religiosas e cerca de 150 mil pessoas. A Liturgia de hoje, recordamos, celebra a festa
da Exaltação da Santa Cruz.
Do monumental e sugestivo palco, montado no Prado
do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, Bento XVI pronunciou sua homilia, partindo
da mensagem que a “Bela Senhora” dirigiu a Santa Bernadete, em 2 de março de 1858:
“Vá dizer aos sacerdotes que se venha aqui em procissão e que seja construída uma
Capela”. Após agradecer a calorosa hospitalidade das autoridades civis e religiosas,
dos habitantes de Lourdes e de todos os peregrinos e fiéis presentes, o Papa recordou:
A
150 anos, os peregrinos jamais cessaram de vir à Gruta de Massabielle para ouvir a
mensagem de conversão e de esperança de Nossa Senhora. Nós também, hoje, estamos aqui,
aos pés da Virgem Imaculada, para aprender a lição da pequena Bernadete.
A
seguir, o Pontífice meditou sobre a liturgia de hoje, festa da Exaltação da Santa
Cruz, ressaltando o significado profundo deste grande mistério: “Deus amou de tal
forma o mundo a ponto de dar seu Filho Unigênito para a salvação dos homens”.
Com
efeito, disse o Papa, fomos salvos pela Santa Cruz. Este instrumento de suplício tornou-se
fonte de vida, de perdão, de misericórdia; tornou-se sinal de reconciliação e de paz.
Olhando o crucifixo, adoramos Aquele que tomou sobre si os pecados do mundo e deu-nos
a vida eterna. E o Papa explicou:
A Igreja nos convida a erguer com orgulho
a Cruz gloriosa, para que o mundo possa ver a que ponto chegou o amor do Crucificado
pelos homens. Ela nos convida a dar graças a Deus porque, através do madeiro, instrumento
de morte, brotou novamente a vida. Através deste meio, Jesus revelou a sua soberana
majestade.
Este grande mistério da Cruz também nos é confiado, hoje, por
Maria, frisou o Pontífice, que nos convida a voltar-nos para o seu Filho. Mais que
um simples sinal, a Cruz é, de qualquer modo, a síntese da nossa fé, porque demonstra
a imensidade do amor de Deus por nós. O Sinal da Cruz é a iniciação dos mistérios
da fé e nos diz que o amor é mais forte que a morte; é mais forte que as nossas fraquezas
e pecados; é mais forte que o mal, que nos ameaça. E Bento XVI acrescentou:
Este
é o mistério da universalidade do amor de Deus para com os homens, que Maria veio
revelar aqui, em Lourdes. Ela convida todos os homens de boa vontade, todos aqueles
que sofrem na alma e no corpo, a elevar seus olhos à Cruz de Jesus a fim de encontrar
a fonte da vida e da salvação.
Com a Cruz, explicou o Papa, Jesus carregou
todos os sofrimentos e injustiças da humanidade; carregou as humilhações e as discriminações,
as torturas que os irmãos recebem em tantas regiões da terra, por amor a Cristo.
Depois,
falando da celebração do Jubileu das Aparições de Nossa Senhora em Lourdes, o Papa
Ratzinger afirmou que se trata de um tempo que nos faz empreender um caminho de fé
e de conversão. Maria nos indica, hoje, os caminhos de uma renovação de vida das nossas
comunidades e de cada um de nós. A Igreja, por sua vez, recebe a missão de proclamar
este mistério da nossa redenção, mediante uma autêntica conversão do coração. Neste
sentido, o Papa destacou a importância deste Santuário mariano francês:
A
vocação principal deste Santuário de Lourdes é ser lugar de encontro com Deus, na
oração; é um lugar de serviço aos irmãos, sobretudo de acolhida dos enfermos, dos
pobres e de todas as pessoas que sofrem. Neste lugar, Maria se apresenta como mãe,
sempre disponível nas necessidades dos seus filhos. Ela nos recorda que a oração é
indispensável para recebermos a força de Cristo.
A oração do Terço, tão
querida por Santa Bernadete e pelos peregrinos, acrescentou Bento XVI, concentra em
si a profundidade da mensagem evangélica e nos introduz à contemplação da Face de
Cristo. Esta oração concede graças abundantes!
A presença dos jovens, na Liturgia
de hoje, constatou o Papa, reveste-se de grande importância. Com toda uma noite de
vigília de oração, eles, dão testemunho da sua confiança em Maria, que os convida
a uma vida feliz e repleta de sentido, apesar das dificuldades. Por isso, o Santo
Padre os exortou a não desanimarem, mas a aceitarem o convite do Senhor a segui-lo,
a servir os necessitados, sofredores e enfermos.
Bento XVI concluiu sua homilia
destacando, mais uma vez, a mensagem de Maria, que é uma mensagem de esperança para
todos os homens e mulheres do nosso tempo, sobretudo neste ano Jubilar das suas Aparições.
(MT)
LEIA AQUI AO LADO A INTEGRA DA HOMILIA DE BENTO XVI