CONCLUSÃO DA VISITA DO PAPA A PARIS: SANTA MISSA NA ESPLANADA DOS INVÁLIDOS
Paris, 13 set (RV) - Segundo dia da X Viagem Apostólica de Bento XVI. O Papa
se encontra em Paris, desde ontem, e, hoje à tarde, irá para Lourdes, para as celebrações
dos 150 anos das Aparições de Nossa Senhora a Bernadete de Soubirous, na gruta de
Massabielle.
Esta manhã, em Paris, o Santo Padre deixou a Nunciatura Apostólica
da capital francesa, às 9h00, e se dirigiu ao Instituto de França, para uma breve
visita.
O Instituto de França, fundado em 1795, reúne sob a sua grande cúpula
eminentes personalidades, representantes do conhecimento humano. O Instituto compreende
cinco Academias, entre as quais a das Ciências morais e políticas.
O Papa foi
recebido pelo Chanceler do Instituto de França, Gabriel de Broglie e pela Secretária
Perpétua da Academia Francesa, Helena Carrére d’Encausse. Recordamos que o Papa Ratzinger
é membro da Academia Francesa desde quando era Cardeal.
Depois de sua visita
ao Instituto, o Pontífice deslocou-se, de papa-móvel, para a Esplanada dos Inválidos
de Paris: o imponente conjunto monumental, construído em 1671, a pedido de Luís XIV,
para acolher os soldados idosos inválidos de guerra. Hoje a instituição se tornou
hospital, sob os cuidados das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo.
Diante
da Esplanada dos Inválidos, o Papa presidiu à celebração Eucarística, em memória de
São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja. No início da celebração, o cardeal-arcebispo
de Paris, Dom André Vingt-Trois fez uma saudação, em nome dos milhares de fiéis presentes.
Após
a proclamação do Evangelho, o Santo Padre pronunciou sua homilia, cumprimentando as
autoridades civis e religiosas e todos os fiéis, provenientes também das regiões vizinhas.
Refletindo sobre as leituras da Liturgia do dia, Bento XVI partiu da advertência do
Apóstolo Paulo, cujo bimilenário de morte celebramos este ano: “Fujam da idolatria”:
PAPA:“Cet
appel à fuir les idoles rest pertinent...”. “Este convite a fugir dos
ídolos permanece válido também nos nossos dias. Por ventura, o mundo contemporâneo
não criou os próprios ídolos? Não imitou, talvez sem querer, os pagãos da antiguidade,
desviando o homem do seu verdadeiro fim, ou seja, da felicidade de viver eternamente
com Deus”.
Estas questões devem ser levantadas pelo
homem moderno e honesto, disse o Papa, que explicou: a palavra “ídolo” deriva do grego
e significa “imagem, figura, representação, mas também fantasma, vã aparência”. O
ídolo é um engano, porque desvia o homem da realidade concreta, confinando-o no reino
das aparências. Esta é uma tentação própria da nossa época.
Trata-se, acrescentou
o Pontífice, de uma tentação de idolatrar um passado que não existe mais; de idolatrar
um futuro que ainda não existe, achando que o homem pode ser feliz sobre esta terra,
contando com as próprias forças! Contudo, Deus, na sua infinita bondade, jamais exige
do homem o sacrifício da própria razão. Jamais a razão entra em contradição real com
a fé.
Deus, Uno e Trino, explicou ainda o Papa, criou a nossa razão e nos deu
a fé, propondo-nos, na plena liberdade, aceitá-la como dom precioso. O culto aos ídolos
desvia o homem desta perspectiva e, assim, a razão humana corre o risco de forjar
novos ídolos.
Desta maneira, Bento XVI exortou os presentes a pedirem a Deus
que nos ajude a nos purificar de todos os ídolos, para termos acesso à verdade do
nosso ser e do seu Ser infinito. Aqui, o Papa se perguntou: como chegar a Deus.
Respondendo
a esta questão, citou São Paulo Apóstolo, que sugere buscar e encontrar Deus através
da fé e não somente com a razão. E o Papa aconselha buscá-Lo no sacrifício da Missa,
na Eucaristia, que são os melhores meios para fugir da idolatria. Bento XVI concluiu
sua homilia fazendo um convite:
PAPA:“Je vous confie,
chers chrétiens de Paris et de France”. “Eu os confio, queridos cristãos
de Paris e da França, à ação poderosa e misericordiosa de Deus Amor, que morreu por
nós na Cruz e ressuscitou vitoriosamente na manhã de Páscoa. A todos os homens de
boa vontade que me escutam, digo como São Paulo: fujam do culto dos ídolos! Jamais
deixem de fazer o bem!”.
CANTO MISSA
Com esta Santa Missa,
na Esplanada dos Inválidos de Paris, o Pontífice conclui a sua visita de um dia à
capital francesa. Ao deixar a Esplanada, de automóvel, o Papa regressou à Nunciatura
e mais tarde deixará Paris com destino a Lourdes, para as celebrações jubilares marianas,
ponto alto da sua visita à França. (MT)