2008-09-12 11:58:21

Imensa multidão na Missa do Papa, sábado de manhã, em Paris. Na homilia, Papa evocou os ídolos de hoje e apresentou o mistério eucarístico como único antídoto contra os falsos deuses


O Papa comentou as leituras da missa deste sábado, citando São João Crisóstomo, cuja memória a Igreja celebra neste dia 13 de Setembro.
Antes de mais, o texto da primeira Carta aos Coríntios em que São Paulo exorta a “fugir ao culto dos ídolos”. O Papa interrogou-se sobre quais são os ídolos do mundo contemporâneo, uma questão a que nenhum homem honesto pode escapar. Por outras palavras: O que é mais importante na minha vida? O que é ocupa o primeiro lugar? “O ídolo é um engano, porque afasta da realidade quem o serve, fechando-o no reino da aparência”. Ora – sublinhou – trata-se duma tentação própria da nossa época: “Tentação de idolatrar um passado que já não existe, esquecendo as suas carências; tentação de idolatrar um futuro que ainda não existe, pensando que o homem é capaz, só com as suas forças, de alcançar na terra a felicidade eterna!”
Ora São Paulo explica que “a cupidez insaciável é uma idolatria” e que “o amor do dinheiro é a raiz de todos os males”. Por outro lado – sublinhou o Papa – “esta condenação radical da idolatria não é de modo algum condenação do idólatra”. “Nunca, nos nossos juízos, devemos confundir o pecado que é inaceitável , e o pecador, cujo estado de consciência nós não podemos julgar, e que, em todo o caso, é sempre susceptível de conversão e de perdão”. Finalmente, citando São Paulo, Bento XVI advertiu que “Deus nunca pede ao homem para sacrificar a sua razão!” “A razão nunca entra em contradição real com a fé! O único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo criou a nossa razão e deu-nos a fé, propondo à nossa liberdade que a recebêssemos como um dom precioso. É o culto dos ídolos que desvia o homem desta perspectiva , e a própria razão pode forjar ídolos. Peçamos pois a Deus, que nos vê e escuta, que nos ajude a purificarmo-nos de todos os nossos ídolos, para aceder à verdade do nosso ser, para aceder à verdade do Seu ser infinito”.
Na parte final da homilia da Missa deste sábado, em Paris, na esplanada dos Inválidos, Bento XVI deteve-se sobre o mistério eucarístico, “revelação extraordinária que vem de Cristo, transmitida pelos Apóstolos e por toda a Igreja desde há dois mil anos”. Daqui a exortação do Papa: “Irmãos e irmãs, cerquemos da maior veneração o sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, o Santíssimo Sacramento da presença real do Senhor à sua Igreja e a toda a humanidade. Nada negligenciemos para lhe manifestar o nosso respeito e o nosso amor!” "Elevar o cãlice da salvação e invocar o nome do Senhor é precisamente o melhor meio para fugir dos ídolos": "Celebrar a Eucaristia significa reconhecer que só Deus nos pode oferecer a felicidade em plenitude e ensinar-nos o verdadeiros valores, os valores eternos que nunca conhecerão ocaso".

A meio da tarde, o Papa parte para Lourdes, meta principal desta sua viagem apostólica. Por volta das 19 horas, rezará na gruta de Massabielle
Sexta-feira à tarde, após ter tomado a palavra no Colégio dos Bernardinos perante uma ampla assembleia de personagens da cultura francesa, Bento XVI presidiu à celebração de Vésperas na catedral de Notre Dame. No final, dirigiu a palavra aos jovens congregados no adro da catedral para uma vigília de oração.







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