Cidade do Vaticano, 11 set (RV) - Bento XVI recebeu esta manhã em Castel Gandolfo,
16 bispos do Paraguai, na cunclusão de sua qüinqüenal visita “ad Limina Apostolorum”.
No
discurso aos Bispos paraguaios, o papa destacou duas idéias de fundo: que a Igreja
e o mundo precisam de “testemunhas verazes de autêntica vida cristã” e que cabe aos
leigos a tarefa própria da política, expressão de caridade social.
Bento XVI
afirmou que deve haver uma ocasião, embora qüinqüenal, para manter os laços de comunhão
com o Sucessor de Pedro e, diante do túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo, renovar a
fé em Jesus Cristo, verdadeira esperança de todos os homens.
A seguir, recordou
os desafios pastorais enfrentados pela Igreja no Paraguai, expostos nos relatórios
entregues pelos bispos, sobre suas atividades diocesanas.
“Os desafios
pastorais que deveis enfrentar são realmente grandes e complexos. Diante de um ambiente
cultural que tenta marginalizar Deus das pessoas e da sociedade, ou que o considera
como um obstáculo para alcançar a sua felicidade, é urgente um vasto esforço missionário
que, colocando Jesus Cristo no centro de toda ação pastoral, dê a conhecer a todos
a beleza e a verdade de sua mensagem de salvação. Os homens têm necessidade desse
encontro pessoal com o Senhor, que lhes abra as portas a uma existência iluminada
pela graça e pelo amor de Deus”.
Neste sentido, prosseguiu Bento XVI, a
presença de testemunhas verazes de autêntica vida cristã, junto com a santidade dos
pastores, é uma exigência sempre atual tanto na Igreja como no mundo.
Os bispos,
juntamente com o Papa e sob a sua autoridade, devem atualizar perenemente a obra de
Jesus Cristo. Assim, Bento XVI recordou que os Pastores de suas respectivas dioceses
são o princípio visível e fundamento da unidade da Igreja particular, como também
vínculo de comunhão eclesial.
Por isso, o Pontífice incentivou os bispos paraguaios
a continuarem trabalhando, com todas as suas forças, para construir a unidade em suas
comunidades e com a Sé Apostólica, unidade que é fonte da verdadeira fecundidade pastoral
e espiritual.
O Sucessor de Pedro exortou os bispos do Paraguai a manterem
a mesma unidade eclesial com os presbíteros, com o clero, com os religiosos e religiosas,
que são seus estreitos colaboradores na obra pastoral. Pediu aos bispos paraguaios
que ofereçam aos sacerdotes, além de sua proximidade e apreço pelo seu trabalho, “uma
formação permanente adequada que os ajude a revitalizar sua vida espiritual, a fim
de que, movidos por um profundo sentido de amor e obediência à Igreja, trabalhem incansavelmente,
para oferecer a todos o único alimento que pode saciar a sede de plenitude do homem,
Jesus Cristo, nosso Salvador”.
Mas a mensagem cristã, para chegar a todos os
âmbitos da sociedade, precisa da colaboração indispensável dos leigos.
A mensagem
cristã, para poder chegar a todos os recantos do mundo, precisa da cooperação indispensável
dos fiéis leigos. Sua vocação específica consiste em impregnar de espírito cristão
a ordem temporal e transformá-la segundo o desígnio divino. Os pastores, por sua vez,
têm o dever de oferecer-lhes todos os meios espirituais e formativos necessários para
que, vivendo coerentemente sua fé cristã, sejam verdadeira luz do mundo e sal da terra.
Um aspecto significativo da missão própria dos leigos é o serviço à sociedade através
do exercício da política.
Daí outra exortação de Bento XVI aos bispos do Paraguai
a fim de que estimulem os leigos a viverem com responsabilidade e dedicação esta importante
dimensão da caridade social, para que a comunidade humana da qual fazem parte plenamente,
progrida na justiça na honradez, na defesa dos valores verdadeiros e autênticos, como
a salvaguarda da vida humana, do matrimônio e da família, contribuindo, assim, para
o verdadeiro bem humano e espiritual de toda a sociedade.
O papa fez uma referência
especial à ação da Igreja no Paraguai para aliviar as necessidades do seu povo. Neste
contexto, destacou que a atividade caritativa da Igreja é a atualização, aqui e agora,
do amor de que o homem necessita. Pediu, assim, aos bispos paraguaios que sejam, no
seu ministério, imagem viva da caridade de Cristo para com todos os irmãos, especialmente
pelos que mais sofrem, os marginalizados, os anciãos, os enfermos e os encarcerados.
(PL)