Fátima, 10 set (RV) - Violência urbana em Portugal: os bispos denunciam. Em
declarações aos jornalistas, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP),
Dom Carlos Azevedo, disse esperar que o fenômeno seja “passageiro”.
No encerramento
da reunião do Conselho Permanente da CEP, em Fátima, o bispo admitiu a relação que
as dificuldades econômicas e sociais podem ter no incremento da violência, ressaltando,
porém, que a seu ver, a principal razão é a “crise profunda de princípios ” que se
verifica hoje.
O representante do episcopado também abordou outros temas: em
relação a questões pendentes com o governo, Dom Carlos se disse otimista com as negociações
em andamento sobre a assistência religiosa nos hospitais e nas prisões, e o quesito
das instituições de solidariedade social.
No caso dos cárceres, subsiste certa
dificuldade em nomear assistentes religiosos, pois a nova Concordata entre Portugal
e o Vaticano ainda não estabelece regras para isso. Já em relação aos assistentes
religiosos nos hospitais, o tema está em estudo na comissão da Liberdade Religiosa,
para passar, em seguida, à plenária de secretários de Estado, e á sucessiva aprovação
do Governo.
Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, dom Carlos
Azevedo é também o principal responsável pelo Congresso da Pastoral Social, que se
realiza em Fátima até a próxima quinta-feira, e que está abordando a identidade das
instituições sociais católicas. “A questão da identidade dessas instituições é importante”
– garante o bispo. “Elas devem ter uma identidade e uma qualidade do melhor nível
técnico. As comunidades cristãs devem entender que as suas organizações têm que ser
sustentadas também pela comunidade”, defende ainda dom Carlos de Pinho Moreira Azevedo.
(CM)