2008-09-10 11:43:26

"FAMÍLIA CRISTÃ" CONTRA DISCRIMINAÇÕES


Roma, 10 set (RV) - “Tomar as impressões digitais dos ciganos? Não, dos torcedores de futebol violentos”. É a opinião do semanal católico ‘Família Cristã’, publicação mais lida da Itália, comentando a proposta do ministério do interior italiano de recensear as crianças nômades que vivem no país.

O diretor do semanal, Beppe Del Colle, cita pronunciamentos da Igreja e do papa sobre os ‘novos racismos’ que estão surgindo na Europa por causa dos imigrantes, principalmente clandestinos, dos quais se fala somente quando interessa à segurança dos cidadãos.

O diretor acusa todos os órgãos de informação italianos, com exceção de Avvenire e Osservatore Romano, de não ter nem mesmo citado o recente congresso mundial promovido na Alemanha pelo Pontifício Conselho da Pastoral para Migrantes e Itinerantes com o tema “A realidade religiosa da juventude cigana e os relativos desafios para a Igreja”.

Neste contexto de contradição entre moral universal e moral pessoal, a crítica aos projetos do governo deve ser vista como um estímulo para buscar soluções mais justas e humanas. Neste caso, por exemplo, o editorial sugere seguir a indicação do papa, que pediu recentemente uma ‘nova geração de políticos católicos’.

Falando de futebol, o artigo lembra as violências ocorridas no primeiro domingo do campeonato italiano, constatando que ‘os ministros passam, os governos mudam, mas os torcedores violentos gozam da mesma impunidade.

A este ponto, a referência ao premiê e presidente do Milan FC, Silvio Berlusconi é clara: “O futebol e seus torcedores violentos, podem ser perdoados, ou comprados?”. “Como pode o esporte oferecer à sociedade civil mortos, feridos, devastações e conflitos urbanos? Principalmente com um governo que baseou sua plataforma eleitoral na segurança e na ‘tolerância zero’!”.

‘Família Cristã’ recomenda ao ministro do interior que recenseie os violentos e incivis e dissolva as torcidas organizadas, mesmo que isso desagrade aos patrões do ‘circo do futebol’, ao invés de mandar às ruas a polícia militar para enumerar os ciganos.

E conclui: “As despesas e os salários dos jogadores são imorais: um verdadeiro tapa na cara na pobreza do país”.
(CM)








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