TRÁFICO DE SERES HUMANOS: MULHERES SÃO 80% DAS VÍTIMAS
Verona, 06 set (RV) - Está em andamento em Verona, norte da Itália, a Conferência
“Libertemos as mulheres do tráfico”, que se conclui amanhã. O evento é promovido pela
União Mundial das Organizações Femininas Católicas
Em palestra, a representante
da Caritas Europa, Ir. Maura O’Donohue, denunciou que, no ano passado, no sudeste
asiático, o número de pessoas vítimas do tráfico de seres humanos foi maior que em
400 anos de escravidão entre África e América.
Falando sobre a “Doutrina Social
da Igreja a serviço da pessoa humana”, ela recordou que a Igreja sempre se preocupou
em defender a dignidade do homem, denunciando as situações de injustiça e a importância
de uma solidariedade em nível mundial.
“O Concílio – recordou O’Donohue –
nos convida a escrutar os sinais dos tempos. Hoje, a grande pobreza difundida no mundo
leva muitos pessoas a buscar um vida melhor em outros países.” Impulsionadas pela
necessidade, afirma a religiosa, “são fáceis de manipular e explorar, caindo em armadilhas
feitas por pessoas sem escrúpulos. Muitas preferem ter de comer na escravidão a morrer
de fome”.
A nossa tarefa, conclui, é “olhar para a raiz do problema e para
os valores difundidos na nossa sociedade. As relações entre indivíduos – de liberdade
ou de escravidão – constituem um desafio para a Igreja”.
A Ir. Eugenia Bonetti,
da União das Superioras Maiores da Itália (Usmi), afirma que é sobre a mulher que
recai o peso do sustento da família em muitos países do mundo; por isso, “são elas
que mais sofrem com a penúria e a seca, com os conflitos armados e com as guerras,
com a falta de medicamentos e com a AIDS”.
Segundo a ONU, 80% das vítimas
do tráfico de seres humanos são mulheres. Um comércio que movimenta 25 bilhões de
euros por ano, superado somente pelo tráfico de armas e de droga e do qual nenhum
país está imune. (BF)