CARDEAL MARTINO ANUNCIA NOVO DOCUMENTO VATICANO SOBRE A POBREZA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO
Dar es Salaam, 02 set (RV) - "O compromisso determinado a organizar e estruturar
a sociedade de modo que o próximo não tenha que encontrar-se na miséria é um ato de
caridade indispensável. Sobretudo quando essa miséria se tornou a situação na qual
se encontra um grande número de pessoas e até mesmo de povos inteiros, situação que
assume, hoje, as proporções de uma verdadeira questão social mundial."
Foi
o que afirmou o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Renato
Raffaele Martino, concluindo nestes dias, em Dar es Salaam, na Tanzânia, o Congresso
continental africano, para a apresentação do Compêndio da Doutrina Social da Igreja.
Definindo
o encontro de quatro dias, como uma "uma magnífica experiência de comunhão e amizade
eclesial", o purpurado reiterou no discurso conclusivo que "o dinamismo evangélico
da missão eclesial nos impele _ como fez Jesus _ a privilegiar os pobres, a direcionar
as nossas forças e recursos para os pobres, a considerar a renovação da sociedade
a partir das exigências dos pobres".
O Congresso continental africano foi o
terceiro encontro desse tipo, após o de 2005 em Cidade do México, para as Américas,
e o de 2007 em Bangcoc, na Tailândia, para a Ásia.
O Cardeal Martino reafirmou
ainda que a opção preferencial pelos pobres permanece sendo, a partir do Concílio
Vaticano II, um dos pontos caracterizadores da Doutrina Social da Igreja. E acrescentou:
"A
pobreza e, sobretudo, a crescente desigualdade entre as áreas, continentes e países,
e até mesmo dentro dos próprios países, constitui o mais dramático problema com o
qual o mundo de hoje se depara."
A esse propósito, o purpurado anunciou que,
"consciente de tal dramática situação, o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz,
respondendo às exigências expressas no Compêndio, está preparando um documento sobre
o tema: A pobreza na era da globalização".
Com tal iniciativa, o organismo
vaticano pretende "indicar uma abordagem evangélica para combater a pobreza, identificar
quem, tanto em nível nacional quanto internacional, tem a responsabilidade de combater
a pobreza; sensibilizar a Igreja a ter uma mais articulada atenção e consciência dos
problemas da pobreza e dos pobres no mundo, sem esquecer que hoje a extrema pobreza
tem, em primeiro lugar, a face de mulheres e crianças, especialmente na África". (RL)