2008-08-31 18:25:15

ANGELUS: A MORTE DE CRISTO DEBELA OS MALES DO MUNDO


Castel Gandolfo, 31 ago (RV) - Bento XVI rezou, esta manhã, ao meio-dia, a oração do Ângelus, com os milhares de peregrinos, fiéis e turistas, presentes no pátio interno da Residência Apostólica de Castel Gandolfo, nas imediações de Roma.

Antes da oração, como faz habitualmente, o Santo Padre pronunciou a sua alocução dominical, fazendo um breve comentário sobre a liturgia do dia, onde o Apóstolo Pedro aparece em primeiro plano, com uma fé ainda imatura e muito ligada à mentalidade do mundo.

De fato, quando Jesus começa a falar do fato, que deveria acontecer em Jerusalém, ou seja, que ele deveria sofrer, morrer e ressuscitar, Pedro protesta.
 
É evidente, disse o Papa, que o Mestre e o discípulo seguem dois modos de pensar opostos: Pedro, segundo a lógica humana, tem certeza de que Deus jamais permitiria ao seu Filho concluir a sua missão com a morte de cruz. Jesus, ao invés, sabe que o Pai, no seu imenso amor pelos homens, o enviou precisamente para dar a vida pelos homens, mediante a paixão e a cruz.

Por outro lado, explicou o Pontífice, Jesus sabe que a última palavra seria a Ressurreição. O protestO de Pedro, feit com boa fé e por sincero amor pelo seu Mestre, ressoa como uma tentação, como convite a salvar a si próprio. No entanto, dando a sua vida, Cristo a renova, por todos nós, para sempre. E Bento XVI acrescentou:

Se, para salvar-nos, o Filho de Deus teve que sofrer e morrer crucificado, não foi, certamente, por um desígnio cruel do Pai celeste. A causa foi a gravidade da doença, da qual devia sarar-nos. Trata-se de um mal tão sério e mortal, a ponto de necessitar de todo o seu sangue.

De fato, disse o Pontífice, com a sua morte e ressurreição Jesus debelou o pecado e a morte, restabelecendo a senhoria de Deus. Mas, a luta não terminou: o mal existe e resiste em todas as gerações, também em nossos dias. E o Papa perguntou:
 
O que são os horrores da guerra, as violências contra os inocentes, a miséria e a injustiça que incumbem sobre os mais fracos, senão a oposição do mal ao Reino de Deus? E como não responder a tanta maldade senão com a força desarmada do amor, que vence o ódio, da vida que não teme a morte? Trata-se da mesma força misteriosa que Jesus utilizou, a custo de ser incompreendido e abandonado por muitos dos seus discípulos.

Para cumprir plenamente a obra da salvação, o Redentor continua a associar, a si e à sua missão, homens e mulheres, dispostos a tomarem a cruz e a segui-lo. Como aconteceu com Cristo, assim também, para os cristãos, não é facultativo carregar a cruz, mas é uma missão que deve ser abraçada com amor. E o Santo Padre concluiu:

Em nosso mundo atual, onde parecem dominar as forças que dividem e destroem, Cristo não cessa de propor a todos seu claro convite: quem quiser ser meu discípulo, renegue o próprio egoísmo e carregue comigo a cruz.

Bento XVI terminou sua alocução dominical invocando a proteção de Nossa Senhora, que, por primeiro e até o fim, seguiu Jesus no caminho da cruz. Que ela, disse o Papa, nos ajude a seguir o Senhor com decisão, a fim de experimentarmos, desde já, apesar das provações, a glória da ressurreição.

Após a oração mariana do Ângelus, o Santo Padre recordou que, nestas últimas semanas, a mídia registrou um aumento dos episódios de imigração irregular da África. Muitas vezes, a travessia do Mar Mediterrâneo, rumo ao continente europeu, - visto como uma âncora de esperança para fugir de situações adversas e insustentáveis, - transforma-se em tragédia:

A migração é um fenômeno presente, desde o início da história da humanidade, e sempre caracterizou as relações entre povos e nações. Tal emergência nos interpela e solicita a nossa solidariedade e, ao mesmo tempo, exige respostas políticas.

Aqui, o Papa reconheceu e encorajou as instâncias, que, com responsabilidade e espírito humanitário, estão se preocupando em nível regional, nacional e internacional, mediante iniciativas e acordos.

Porém, os países, dos quais provêm os emigrantes, também devem demonstrar bom senso e colaboração, para que seja resolvido o problema da migração irregular e clandestina, muitas vezes acompanhada de formas de criminalidade.

O Santo Padre concluiu a oração mariana, neste domingo, cumprimentando os vários grupos de peregrinos e fiéis, presentes em Castel Gandolfo, em seis línguas. (MT)







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