Cidade do México, 30 ago (RV) - Os bispos mexicanos criticaram a decisão da
Corte Suprema do país que confirmou - com oito votos contra três -, a constitucionalidade
da lei sobre a descriminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação, em
vigor há um ano no Distrito Federal de Cidade do México. A proposta de revogar a lei
fora apresentada por um dos juízes da Suprema Corte, com o apoio da Igreja, por julgá-la
“inconstitucional”. Os bispos afirmam em uma declaração que “jamais será moralmente
aceitável a adoção de um direito que viola outro direito, ainda mais se diz respeito
à vida humana”.
Dom Carlos Aguiar, bispo de Texcoco, em nome de todos os bispos
do México, recorda que diversos artigos da Constituição proclamam o direito à vida
e denuncia “que um direito não pode ser sancionado violando outro direito”, sobretudo,
como neste caso, em que se refere “à vida humana, dom, presente gratuito a ser valorizado,
cuidado e protegido sempre... do momento da concepção à morte natural”.
Os
bispos lançam, por sua vez, um apelo a todos os cidadãos mexicanos a “lutarem juntos
para proteger o embrião humano” e para que o “direito à vida de cada ser humano seja
um elemento constitutivo da convivência civil e da legislação”. O País, e os seus
cidadãos – afirmam os bispos – “sentem a necessidade de um estado de direito capaz
de proteger todos os cidadãos. Desejam também uma cultura da vida que permita fazer
da nação, um lugar positivo para a convivência civil onde ninguém, também quem não
tem voz, seja excluído”; e com maior razão – destacam – se deve trabalhar “para garantir
o primeiro direito, o da vida”.
A Constituição mexicana – recordam os bispos
– rejeita não somente a escravidão mas também todo tipo de discriminação e isso significa,
“que nenhuma pessoa pode ser privada de algum direito” muito menos o da assistência”.
Entretanto,
aguardam-se outras tomadas de posição, entre as quais a do presidente da república
Felipe Calderon que, desde o início sempre se opôs à decisão do Distrito Federal anunciando
que utilizará todo tipo de recurso legal e constitucional para bloqueá-la. (SP)