RELIGIÃO: BUDISTAS SUL-COREANOS MANIFESTAM-SE CONTRA DISCRIMINAÇÃO
Seul, 27 ago (RV) – Milhares de budistas, entre os quais cerca de 10 mil monges,
manifestaram-se, nesta quarta-feira, pelas ruas de Seul, capital da Coréia do Sul,
em sinal de protesto pelo que consideram uma "discriminação" em relação ao Budismo,
por parte do governo do presidente Lee Myung-bak, que é cristão.
Os monges
de mais de 20 congregações budistas, juntamente com mais de 200 mil fiéis dessa religião,
reuniram-se numa praça central de Seul, para exigir um pedido de desculpas de Lee
Myung-bak, pela discriminação religiosa de que se julgam vítimas, por parte de funcionários
e políticos do governo.
A polícia colocou nas ruas cerca de oito mil agentes,
para garantir a segurança no centro da capital sul-coreana.
Foi uma mobilização
religiosa sem precedentes na Coréia do Sul, um país sem religião majoritária, que
conta 23% de budistas, 18% de protestantes e cerca de 11% de católicos.
Ostentando
cartazes com os dizeres "A repressão contra o Budismo seria o início da conversão
a um Estado cristão?" os budistas expressaram seu descontentamento com o governo de
Lee Myung-bak.
Apesar de o presidente ser um protestante praticante, ele reiterou,
durante sua campanha política e quando tomou posse, que não haveria discriminação
religiosa na sua gestão, e que ele defenderia uma política em favor da unidade do
povo. Todavia, na formação de seu Gabinete de ministros, Myung-bak atribuiu diversas
pastas a personalidades de sua Igreja. (AF)