Rimini, 24 ago (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviou
uma mensagem em nome de Bento XVI, ao bispo de Rimini, dom Francesco Lambiasi, na
abertura do Encontro para a Amizade entre os Povos. Trata-se da 24ª edição deste ‘meeting’,
que se inicia hoje e se conclui no dia 30, na cidade do nordeste italiano. O título
do encontro deste ano é: “Ou protagonista, ou ninguém!”
“A sociedade atual,
na qual a mídia desempenha papel central, é dominada pelo modelo do sucesso e da notoriedade
pessoal a todo custo, valores que são oferecidos principalmente às novas gerações.
A sociedade e a cultura nas quais somos imersos, e nas quais a mídia tem o papel de
amplificador, são dominadas pela convicção de que a notoriedade seja um componente
essencial da própria realização pessoal”.
Na mensagem, o papa denuncia: “o
objetivo de grande parte das pessoas é sair do anonimato, conseguir se destacar publicamente,
através de qualquer meio ou pretexto. O poder político ou econômico, o prestígio na
própria profissão, a riqueza exibida, a repercussão das próprias realizações, a ostentação
até o excesso... tudo isso é considerado como ‘sucesso', como ‘triunfo’. “Esse
é o motivo pelo qual as novas gerações apostam sempre mais em profissões e carreiras
que podem levar à ribalta, a um palco que lhes consinta ‘aparecer’, ‘sentir-se alguém’.
Seu ideal são atores de cinema, personagens e estrelas da TV e do mundo do espetáculo,
atletas, jogadores de futebol, etc.”.
“Todavia, muitos deles, a grande maioria,
os pertencentes a faixas sociais desfavorecidas, são excluídos desta perspectiva.
O que será deles, de sua esperança de felicidade?” – pergunta o papa, que responde
citando o exemplo e o modelo de São Paulo, para quem este ano, foiespecialmente dedicado
como ano jubilar .
“A existência de São Paulo – lê-se no texto – esteve bem
distante dos refletores e dos aplausos públicos. Quando morreu, a Igreja pela qual
havia contribuído na difusão, era ainda uma pequena semente, um grupo que as autoridades
do Império Romano subestimavam e desprezavam. Toda a existência de Paulo foi marcada
por obstáculos, hostilidades e riscos, e não por consolações e glórias; mas a vida
de Paulo foi plenamente recompensada pelo aumento de seu amor a Cristo, por seu encontro
com Deus”.
O papa termina sua mensagem lembrando que o Encontro de Rimini
que reafirma que somente Cristo pode desvendar ao homem sua verdadeira dignidade e
comunicar-lhe o autêntico sentido de sua existência. Quando o fiel O segue, docilmente,
deixa um sinal, seu ‘rastro’ duradouro na história. É o sinal do Amor, do qual se
tornou testemunho, porque foi presa do Amor. Concluindo: “aquilo que foi possível
para São Paulo, é possível para cada um de nós”. (CM)