Colombo, 21 ago (RV) - Os líderes religiosos em Sri Lanka denunciam a “erosão
da democracia” no país. É muito duro o tom da mensagem do “Congresso das religiões”
cingalês, difundido nesta quarta-feira em Colombo, e assinado por 17 altos representantes
budistas, católicos, anglicanos, metodistas, muçulmanos e hinduístas. Desconsolados,
os líderes religiosos dizem que “é vergonhoso constatar que no nosso país, caracterizado
por séculos de grande civilização, as pessoas são impedidas de manifestar-se com franqueza
(...) A atual campanha eleitoral para o Conselho provincial assemelha-se a uma bárbara
luta pelo poder”. Os líderes religiosos referem-se às eleições administrativas que
se realizarão no Sri Lanka, no próximo dia 23. “Esta triste situação poderia ter
sido evitada se tivessem sido criadas a Comissão eleitoral e a Comissão de segurança,
aprovadas pelo parlamento”, lamentam os líderes religiosos, denunciando que as províncias
de Sabaragamuwa (sudoeste) e do noroeste se tornaram “campos de batalha virtuais”,
onde reina um clima de violência. O Congresso das religiões pede com firmeza ao
governo e a todos os partidos políticos que “criem um clima favorável a um voto livre
e transparente”. Os signatários do documento – entre eles o arcebispo de Colombo,
D. Oswald Gomis – condenam também a “dura repressão contra a mídia, os seqüestros
de pessoas, os homicídios e vexames de que são alvo os profissionais da mídia”, sintoma,
segundo os expoentes religiosos cingaleses, da “erosão sistemática da democracia”.
(PL)