Hyderabad, 18 ago (RV) - Sacerdote carmelita é assassinado na região indiana
de Andhra Pradesh. “Padre Thomas é um
mártir: sacrificou a sua vida pelos pobres e pelos emigrantes. Mas ele não morreu
em vão, porque o seu corpo e seu sangue fecundarão a igreja indiana e, em particular,
a de Andhra Pradesh”. Dessa maneira Dom Marampudi Joji, arcebispo de Hyderabad e secretário
da conferência episcopal de Andhra Pradesh (estado no sudeste da Índia), comentou
o bárbaro assassinato do padre carmelita Thomas Pandippallyil, 38 anos, na noite
do dia 16 de agosto. em Mosalikunta, cerca de 90 km da capital da região.
Na
noite de 16 de agosto algumas pessoas encontraram o corpo do sacerdote à beira da
estrada, pouco distante de Balampilly; o corpo do carmelita de Maria Imaculada apresentava
diversos ferimentos no rosto, mãos e pernas quebradas e os olhos arrancados. A cerca
de um quilômetro de distância foi encontrada a moto usada para seus deslocamentos.
Segundo
algumas testemunhas, sábado à tarde, padre Thomas celebrou a missa em Burgida, antes
de iniciar a sua viagem em direção a outro vilarejo do distrito, onde deveria presidir
as funções dominicais. As últimas pessoas que viram o sacerdote vivo foram os religiosos
de um convento de Lingapetta, onde ele havia jantado antes de continuar a sua viagem.
Dom
Marampudi, arcebispo de Hyderabad, informado sobre o brutal assassinato, afi9rmou
que a igreja indiana está em estado de choque e profundamente entristecida pelo bárbaro
homicídio, conseqüência do crescente clima de intolerância e violência contra os cristãos
no país”. O bispo imediatamente se dirigiu à área onde ocorreu o assassinato, e falou
de uma comunidade cristã “traumatizada”.
Dom Marampudi nega veementemente atividades
de “proselitismo e conversões forçadas”, visto que existem somente “cinco famílias
de fé católica” na paróquia onde ocorreu o homicídio de padre Thomas. Segundo o bispo,
o crime é o resultado do clima de “ciúmes para com a Igreja católica”, culpada por
trabalhar pelo desenvolvimento das áreas mais pobres e abandonadas do país, e comprometida
em apoiar e ajudar todos aqueles que são “vítimas de violências e opressões”.
“Padres
e religiosas – continua o arcebispo de Hyderabad – trabalham há anos ao serviço dos
mais necessitados e isso lhes torna um objetivo a ser atingido por quem pretende manter
uma parte da população num estado de sub-desenvolvimento e submissão”.
As exéquias
de padre Thomas Pandippallyil serão celebradas na próxima quarta-feira na casa provincial
dos Carmelitas em Balampilly, onde será sepultado.
Do padre Thomas se recorda
a intensa atividade no setor da educação. Ele entrou na missão dos carmelitas de Maria
Imaculada em Chanda no dia 24 de junho de 1987, e foi ordenado em 2002. (SP)