2008-08-17 14:47:59

O PESAR DO PAPA PELA MORTE DO BISPO DE BRESSANONE


Castel Gandolfo, 17 ago (RV) - De sua residência de verão, nos arredores de Roma, o papa lançou hoje um novo apelo pela paz na região do Cáucaso. No Angelus, diante de centenas de fiéis, o Santo Padre expressou sua proximidade espiritual às vítimas do conflito. Bento XVI, que segue com atenção e preocupação a situação na Geórgia, dirigiu-se diretamente às partes envolvidas e à comunidade internacional:

“Peço a abertura, sem demora, de corredores humanitários entre a região da Ossétia do Sul e o restante da Geórgia, de forma que os mortos possam receber um túmulo digno; os feridos, os cuidados adequados e aqueles que desejam se reunir com seus familiares possam fazê-lo", declarou.

O pontífice fez um apelo à generosidade da comunidade internacional para aliviar as graves dificuldades sofridas pelos refugiados, sobretudo pelas mulheres e crianças, que não têm o indispensável para sobreviver: “A segurança e esses direitos fundamentais, que jamais podem ser violados, devem ser garantidos também para as minorias étnicas envolvidas no conflito”, acrescentou Bento XVI. “Desejo, por fim, que a atual trégua, obtida graças à contribuição da União Européia, possa ser reforçada e se transforme em uma paz estável, e convido a comunidade internacional a seguir oferecendo seu apoio para que se chegue a uma solução duradoura por meio do diálogo e da boa vontade comum”, concluiu.

Antes do chamado sobre a situação da Geórgia, e inspirando-se nas leituras do dia, o papa reafirmou que a Palavra de Deus nos oferece a ‘oportunidade de refletir sobre a universalidade da missão da Igreja, constituída por povos de todas as raças e culturas’.

“A comunidade eclesial tem uma grande responsabilidade. É chamada a ser uma casa acolhedora para todos, sinal e instrumento de comunhão para toda a família humana. Todas as comunidades cristãs devem se conscientizar disso, para ajudar a sociedade civil a superar eventuais tentações de racismo, intolerância e exclusão, e a tomar decisões que respeitem a dignidade dos seres humanos. Uma das maiores conquistas da humanidade – disse ainda o papa – é justamente a superação do racismo. Infelizmente, porém, registram-se em muitos países novas manifestações, que preocupam. Embora freqüentemente relacionadas a problemas sociais e econômicos, não podem jamais justificar o desprezo e a discriminação racial. Rezemos para que cresça o respeito por todas as pessoas, ao lado da consciência responsável de que somente na acolhida recíproca é possível construir um mundo marcado pela autêntica justiça e pela verdadeira paz”.

Em seguida, o papa dirigiu seu pensamento aos inúmeros e graves acidentes rodoviários que aumentam nesse período do verão italiano. “Não devemos nos acostumar com esta triste realidade” – disse o pontífice, acrescentando que a vida humana é um bem precioso demais e seria indigno se as pessoas morressem ou ficassem inválidas por causas que quase sempre podem ser evitadas:

“É preciso mais responsabilidade, primeiramente por parte dos motoristas, pois a maioria dos acidentes se deve à excessiva velocidade e a comportamentos imprudentes. Conduzir um veículo em estradas públicas requer educação cívica e moral. As autoridades devem garantir o senso cívico com a constante obra de prevenção, vigilância e repressão. Nós, como cristãos, devemos fazer um exame de consciência pessoal sobre nossa conduta como motoristas”.

No final de seu discurso, profundamente comovido, o papa recordou o bispo de Bolzano-Bressanone, dom Wilhelm Egger, que faleceu ontem repentinamente de infarto. Dom Egger hospedou o papa 15 dias em sua diocese, em seu recente período de férias nas no seminário maior de Bressanone:

“Com profunda comoção, recebi a notícia da morte repentina de dom Wilhelm Egger, bispo de Bolzano-Bressanone. Deixei-o poucos dias atrás, aparentemente em boa saúde e nada deixava imaginar uma morte tão rápida. Uno-me ao luto de seus parentes e de toda a diocese, onde era estimado e amado por seu trabalho e dedicação”.

O papa definiu dom Egger um ‘servo bom e fiel’ do Senhor, e enviou uma especial e confortadora Benção Apostólica ao irmão religioso capuchinho, a seus familiares e a todos os religiosos, sacerdotes, religiosas e fiéis da diocese de Bolzano-Bressanone.

Enfim, Bento XVI concedeu a todos os fiéis a sua benção apostólica.
(CM)








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