Milão, 16 ago (RV) -“Livra-nos da escravidão da ‘materialismo’ que recai sobre
nós e nos atrela às realidades que passam, e abre-nos à espiritualidade, digna da
nossa vocação e do nosso destino.” É uma das passagens da homilia do arcebispo de
Milão, Cardeal Dionigi Tettamanzi, ontem na Catedral de Milão na solenidade da Assunção
de Nossa Senhora.
O purpurado recordou as palavras do servo de Deus Paulo VI,
então arcebispo de Milão no dia 15 de agosto de 1961, esse mistério, “um precioso
ato de fé na ressurreição da carne e na vida eterna”.
O então Cardeal Montini
falava ainda de um “chamado da outra margem da vida” que nos obriga a “verificar se
o caminho, que cada um de nós percorre, está direcionado à suma meta”.
Portanto,
o Cardeal Tettamanzi convida a olhar para o alto, a separar-nos da “banalização da
vida humana, da busca frenética do poder, do dinheiro e da fama; da afirmação de um
egoísmo violento que impede toda abertura e sensibilidade a quem é fraco e pobre,
a quem está sozinho e esquecido; da obsessão por uma sexualidade lúdica, que não conhece
normas, mas é fim a si mesma”. “Separar-nos dessas e outras análogas formas de ‘materialismo’
_ acrescentou ainda o purpurado _ se quisermos que a nossa vida tenha um sopro de
autêntica ‘espiritualidade’ e de eternidade.”
O cardeal de Milão recordou também
que, “em Maria assunta ao céu, toda a Igreja e num certo sentido toda a humanidade
descobre a sua mais autêntica face, a sua mais verdadeira e feliz meta”.
“Assim,
enquanto assunta ao céu, a Virgem Maria é, na história, perfeita testemunha do triunfo
pascal do Senhor ressuscitado, da vitória da vida sobre a morte.”
“E assim
_ acrescentou _ nos é dado descobrir a razão última pela qual o cristão, justamente
porque tal, é portador de esperança de vida.” “O fiel se coloca como surpreendente
novidade, como obstinada testemunha da esperança que vem de Cristo ressuscitado e
vivo: uma esperança para o mundo!” (RL)