Cidade do Vaticano, 15 ago (RV) - A carta apostólica "Mulieris dignitatem"
completa hoje 20 anos. O documento foi publicado na seqüencia do Sínodo dos Bispos
sobre a participação dos leigos na vida da Igreja e do Concílio Vaticano II, que encorajou
uma participação mais ampla da mulher nos âmbitos cultural, social e eclesial.
Assinada
no dia 15 de agosto, "Mulieris dignitatem" foi o primeiro documento pontifício inteiramente
dedicado à mulher. Nele, João Paulo II fez uma análise antropológica à luz da Revelação,
para evidenciar verdades fundamentais como a igual dignidade do homem e da mulher
criados à imagem de Deus, a unidade dos dois e o chamamento à comunhão, a importância
da complementaridade e reciprocidade entre homem e mulher, a figura de Maria como
modelo da mulher e realização do ser humano chamado à santidade.
A Igreja,
escreveu João Paulo II, “rende graças por todas e cada uma das mulheres: pelas mães,
pelas irmãs, pelas esposas; pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade; pelas
mulheres que se dedicam a tantos e tantos seres humanos, que esperam o amor gratuito
de outra pessoa; pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, que é o sinal
fundamental da sociedade humana; pelas mulheres que trabalham profissionalmente, mulheres
que, às vezes, carregam uma grande responsabilidade social; pelas mulheres perfeitas
e pelas mulheres fracas”.
Bento XVI retomou o tema na audiência geral de 14
de fevereiro de 2007, dedicada às mulheres e à sua responsabilidade eclesial desde
as primeiras comunidades cristãs até hoje.
“Em primeiro lugar, o pensamento
dirige-se naturalmente a Virgem Maria que, com a sua fé e a sua obra materna, colaborou
de modo único para a nossa Redenção, tanto que Isabel a proclamou “bendita és tu entre
as mulheres”, acrescentou o papa. Para Bento XVI, é claro que “a história do cristianismo
teria tido um desenvolvimento muito diferente, se não houvesse a generosa contribuição
de muitas mulheres”. (CM)