"O ódio não é uma força criativa; é o amor"."Quem reza nunca perde a esperança": Bento
XVI na audiência geral, em Castelgandolfo, indicando o exemplo de Edith Stein e de
Maximiliano Kolbe
“O primeiro serviço que posso prestar à Igreja e à humanidade é a oração”, porque
“quem reza nunca perde a esperança”: palavras de Bento XVI, nesta quarta-feira de
manhã, em Castelgandolfo, acolhendo um numeroso grupo de peregrinos de variados países,
congregados em Audiência geral. Foi a primeira vez desde os tempos do Papa Paulo VI,
há trinta anos, que este encontro semanal do Papa com os fiéis teve lugar na residência
estiva. João Paulo II sempre se deslocava de propósito a Roma, durante o verão, nestas
circunstâncias. Bento XVI, que regressou segunda-feira passada de Bressanone,
no norte de Itália, onde passou duas semanas de repouso,começou por agradecer uma
vez mais a todos os que ali o acolheram e contribuíram para que aquelas férias de
montanha fossem “dias de serena distensão” em que – disse – nunca deixou de recomendar
ao Senhor quantos se confiam às suas orações. E tantíssimos são – referiu o Papa –
os que lhe escrevem expondo tantas diversas situações de vida, alegrias e projectos,
mas também e sobretudo preocupações e problemas, familiares e de trabalho, com as
próprias expectativas e esperanças, juntamente com as “angústias ligadas às incertezas
que a humanidade está vivendo neste momento”. Na sua catequese em italiano o
Papa, ilustrando precisamente a força da oração, como reserva de esperança e de serenidade,
apontou o exemplo de dois santos que a liturgia recorda nestes dias: a alemã Teresa
Benedita da Cruz (Edith Stein) e o polaco Maximiliano Kolbe, ambos vítimas da violência
nazi no campo de concentração de Auschwitz, que caminharam conscientemente para a
morte, rezando e oferecendo a própria vida, num exemplo heróico de fé e de esperança.
“Aparentemente, as suas existências poderiam ser consideradas uma derrota, mas
é precisamente no seu martírio que resplandece o brilho do Amor que vence as trevas
do egoísmo e do ódio. A S.Maximiliano Kolbe se atribuem as seguintes palavras que
ele teria pronunciado no pleno furor da perseguição nazista: O ódio não é uma força
criativa: é-o somente o amor”. Evocando as últimas palavras de são Maximiliano
Maria Kolbe – “Ave Maria” – invocação pronunciada no momento em que estendia o braço
a quem o matava com uma injecção letal , observou ainda Bento XVI: “É comovente
constatar como o recurso humilde e confiante a Maria é sempre nascente de coragem
e de serenidade. Ao mesmo tempo que nos preparamos para celebrar a solenidade da Assunção
– uma das ocorrências marianas mais caras à tradição cristã, renovemos a nossa entrega
confiante àquela que do Céu vela sobre nós, em todo o momento, com amor materno. É
isso o que na verdade nós dizemos na familiar oração da Ave Maria, pedindo-lhe que
rogue por nós agora e na hora da nossa morte”. Nas saudações em diferentes
línguas aos grupos presentes, não faltou uma em português, com uma referência expressa
a peregrinos de Lisboa, da Universidade Católica... "Desejo saudar, cordialmente
o grupo da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, e a tripulação do Navio-Escola
«Brasil» da Marinha brasileira, aos quais faço votos de que levem deste encontro a
lembrança que a vossa vida tem como objetivo servir, com caridade cristã, os cidadãos
da vossa Pátria, pelas rotas da paz, da solidariedade e da fraternidade! Com estes
votos, de todo coração abençoo a vós e às vossas famílias, bem como a todos os peregrinos
de língua portuguesa aqui presentes."