Cidade do Vaticano, 12 ago (RV) - Bento XVI retornou ontem à noite à residência
de Castel Gandolfo, cerca de trinta km de Roma, depois de duas semanas de férias
na localidade italiana de Bressanone,nos Alpes. Antes de partir, o papa recebeu no
Seminário de Bressanone as pessoas que velaram por sua segurança:
“Só agora
vejo como é grande o exército dos ‘anjos da guarda’, que velaram sobre mim durante
as férias”, disse o papa. “Como todas as coisas boas, as férias também terminam...
mas levo comigo um tesouro de recordações” – exclamou o papa, despedindo-se dos cidadãos
e autoridades de Bressanone, na região do Alto Adige. O papa lembrou ainda que agora,
a partir dessas férias, também é cidadão de Bressanone, já que recebeu a cidadania
honorária, sábado passado.
Bento XVI usufruiu suas férias naquela tranqüila
região alpina durante 15 dias, do dia 27 de julho até ontem e passou a maior parte
do tempo sem sair do Seminário Maior .
“Consegui descansar da melhor maneira
que um ministro de Deus pode: rezando, lendo, meditando, e não me preocupando das
urgências pastorais cotidianas” – disse, domingo, após a oração mariana do Ângelus.
“Certamente não esqueci as preocupações, mas filtrei-as através de um salutar afastamento,
que ajuda a restabelecer as proporções certas: a reconhecer que o Senhor é Deus e
nós somos apenas os seus humildes colaboradores para o serviço da Igreja” - declarou
Bento XVI. O papa fez também vários passeios nos jardins do Seminário com seu irmão,
mons. Georg, de 84 anos, e tocou piano, um de seus passatempos prediletos.
Segundo
o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, pe. Federico Lombardi, o pontífice aproveitou
esses dias para escrever o segundo volume de sua obra sobre "Jesus de Nazaré". Como
havia sido preanunciado, além dos Ângelus dominicais previstos, as atividades públicas
do papa nestes dias foram muito reduzidas.
Bento XVI visitou a pequena localidade
alpina de Oies, lugar de nascimento do santo italiano Josef Freinademetz - que foi
missionário na China por 30 anos -, reuniu-se com os sacerdotes da região e participou
da cerimônia de entrega da cidadania honorária de Bressanone. Também fez uma visita
particular, sem a presença dos meios de comunicação, à vizinha Igreja de Santo André,
dirigindo-se em seguida ao cemitério no qual está enterrado o missionário Anton Agreiter,
falecido em 2003.
Apesar das férias, o papa seguiu ‘com preocupação’ a situação
na região caucásica, e depois da oração do Ângelus, domingo, pediu o ‘cessar imediato’
das ações militares na Ossétia do Sul. O pontífice exortou a comunidade internacional
a realizar todos os esforços possíveis para alcançar uma solução pacífica e duradoura.
O avião que trouxe Bento XVI aterrissou no aeroporto militar de Ciampino às
18.55 e de lá, o pontífice prosseguiu em automóvel até a residência de Castel Gandolfo,
onde foi recebido, como sempre, com muito carinho pelos residentes e por um grupo
de religiosas, que quiseram cantar para o papa.
Bento XVI continuará seu descanso
na residência pontifícia de Castel Gandolfo, onde se preparará para as próximas viagens:
a visita à ilha italiana da Sardenha, em 7 de setembro, e a viagem a Paris e Lurdes,
de 12 a 15 deste mesmo mês.
Amanhã, no entanto, a audiência geral terá lugar
no pátio interno da residência de verão. Já na sexta-feira, 15 de agosto, solenidade
da Assunção de Maria, o papa celebrará a missa, às 8 horas, na igreja paroquial de
São Tomé de Villanova, seguida pela oração mariana do Angelus ao meio-dia. (CM)