Tbilisi, 11 ago (RV) - O Núncio Apostólico na Geórgia, D. Claudio Gugerotti
lançou, dos microfones da Rádio Vaticano, um apelo premente à comunidade internacional,
para que não abandone aquela terra, pois todo o continente poderia explodir.
A
comunidade internacional seja solidária, os meios de informação sejam objetivos e
façam com que o mundo saiba, esteja presente e se interesse pelas populações atingidas
pelo conflito, exortou o Núncio Apostólico, depois do apelo do papa neste domingo,
por ocasião da oração mariana do Angelus, em Bressanone.
D. Gugerotti –
"Não posso deixar de associar-me às palavras prementes pronunciadas pelo Santo Padre,
a favor destas populações que estão sofrendo atrozmente e com perspectiva que poderá
ser dramática. Sucedem-se notícias várias, notícias de acordos parciais, provisórios.
Há necessidade de uma paz estável porque se trata de um eixo que poderia levar todo
o continente a explodir. O apelo que lanço, que se torna também oração, súplica ao
Senhor e a todos os homens de boa vontade, é que se compreenda que guerras como esta
servem somente para destruir e colocar em perigo os mais pobres, os mais fracos, às
vezes por razões que não estão à altura do que se diz. -Pedimos verdadeiramente que
cessem as operações militares, que se possa retomar o diálogo de modo, quanto mais
possível, sereno, e sobretudo, que a comunidade internacional não deixe a sós estes
países, neste momento de sofrimento. Internamente é muito difícil regulamentar a situação;
deve haver uma presença de solidariedade e também de objetividade da informação internacional
para que o mundo seja informado, esteja presente e cuide desta pequenina terra , mas
extremamente importante".
P. – Uma terra pequenina onde as populações são
unidas pela mesma fé, pela fé cristã, não é isto, senhor Núncio?!
D.
Gugerotti – "No discurso de ontem, depois do Angelus, o Santo Padre se referiu duas
vezes aos valores comuns cristãos e pediu que nos unamos `a oração das populações
ortodoxas. Esta fé comum, nossa, e a comunhão plena existente entre a Igreja da Geórgia
e a da Rússia, principalmente, fazem uma ponte privilegiada no restabelecimento da
paz, onde as armas certamente conhecem uma linguagem diversa, que não permite trégua
e nem possui valores". (PL)