SACERDOTE ITALIANO, MÁRTIR DO SÉC. XX, SERÁ BEATIFICADO EM OUTUBRO PRÓXIMO
Roma, 05 ago (RV) - O sacerdote italiano Francisco Bonifácio, assassinado em
1946 pelos milicianos do ditador iugoslavo Tito, será beatificado no dia 4 de outubro
próximo. É o que anuncia a diocese italiana de Trieste, localizada na região de Friuli-Venezia
Giulia, à qual Bento XVI concedeu a realização da cerimônia na Catedral de São Justo.
No
seminário chamavam-no de “El Santin” pela sua bondade e a sua generosidade: qualidades
que acompanharam Pe. Francisco Bonifácio durante toda a vida e também na morte, um
martírio verificado por “ódio à fé” como reconhecido por Bento XVI no decreto de 3
de julho passado com o qual foi aprovada a beatificação do sacerdote de Istria assassinado
no último pós-guerra pelos comunistas de Tito (a Guarda do Povo), em território sob
controle iugoslavo. Seu corpo foi jogado numa fossa e jamais recuperado.
A
cerimônia de beatificação será celebrada pelo bispo de Trieste, Dom Eugenio Ravignani,
desde sempre empenhado pela causa de Pe. Bonifácio. O pontífice será representado
na cerimônia pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o arcebispo Angelo
Amato.
Pe. Bonifácio era um sacerdote incômodo, como tantos outros que durante
o regime de Tito desapareceram e que João Paulo II definiu como “mártires do nosso
século”.
Um sacerdote que transcorreu quase toda a vida na paróquia de Villa
Gardossi, levantando-se ao alvorecer, ensinando o catecismo às crianças, visitando
as famílias e os doentes, dando aos pobres aquele pouco que tinha. Levava o anúncio
cristão sem poupar-se e atraia a si os jovens dando vida a uma Ação Católica Local.
Intolerável
para os milicianos de Tito, no dia 11 de setembro de 1946 pegaram-no de surpresa quando
voltava para casa. Levaram-no para o bosque e, segundo testemunhas, torturaram-no
antes de assassiná-lo e jogá-lo numa fossa. Somente muito mais tarde os fatos vieram
à luz e, de fato, seus restos mortais jamais foram encontrados. (RL)