Bento XVI, neste domingo ao meio-dia, em Bressanone, exalta a figura de Paulo VI,
falecido há 30 anos. Saudação do Papa aos participantes nas Olimpíadas de Pequim
“Sempre Cristo no centro de tudo”: esta “a atitude fundamental” de Paulo VI. A três
dias do trigésimo aniversário do falecimento, o Papa fez “memória devota e filial”
daquele seu predecessor. “Como supremo Pastor da Igreja, Paulo VI guiou o povo de
Deus à contemplação do rosto de Cristo Redentor do homem e Senhor da história. Esta
amorosa orientação da mente e do coração para Cristo foi precisamente um dos pontos
fulcrais do Concílio Vaticano II, uma atitude fundamental que o meu venerado predecessor
João Paulo II herdou e relançou no grande Jubileu do ano 2000. No centro de tudo,
sempre Cristo: no centro das Sagradas Escrituras e da Tradição, no coração da Igreja,
do mundo e de todo o universo”. Bento XVI recordou ainda que “a Divina Providência
chamou João Baptista Montini da cátedra de Milão à de Roma no momento mais delicado
do Concílio – quando a intuição do bem-aventurado João XXIII corria o risco de não
chegar a tomar forma”. “Como não dar graças ao Senhor pela sua fecunda e corajosa
acção pastoral? À medida que se alarga e se torna mais consciente o nosso olhar sobre
o passado, aparece sempre cada vez mais elevado, quase sobre-humano, o mérito de Paulo
VI ao presidir à assembleia conciliar, conduzindo-a felizmente a termo e governando
a movimentada fase do pós-Concílio.” “Poderíamos verdadeiramente dizer, com o apóstolo
Paulo, que a graça de Deus nele não foi vã” – acrescentou ainda Bento XVI, prosseguindo
a sua evocação do Papa Paulo VI: “ele valorizou os seus notáveis dotes de inteligência
e o seu apaixonado amor à Igreja e ao homem. Dando graças a Deus pelo dom deste grande
Papa, empenhemo-nos em tirar partido, completamente, dos seus ensinamentos”. A
concluir, antes da recitação das Ave-Marias, Bento XVI recordou ainda o título atribuído
por Paulo VI a nossa Senhora no discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio
Vaticano II: “Mãe da Igreja, imagem e modelo não só do cristão, mas – como
ensinam os santos Padres – de todo o Corpo místico de Cristo. Invoquemos a materna
intercessão de Maria, para que nos obtenha a graça de sermos fiéis aos ensinamentos
e ao testemunho de santidade deste inesquecível Pontífice”. Para além do italiano,
o Santo Padre exprimiu-se abundantemente desta vez em alemão, língua da maioria da
população desta região italiana, junto da fronteira austríaca, e mesmo em ladino,
idioma falado nos Alpes, desde tempos imemoriais, por uma minoria. Os Jogos das
XXIX Olimpíadas que vão ter início na próxima sexta-feira, dia 8, em Pequim, foram
evocados pelo Papa, depois da recitação do Angelus. Bento XVI exprimiu as suas saudações
ao país que hospeda esta iniciativa, assim como aos organizadores e, naturalmente,
antes de mais, aos participantes, “em primeiro lugar aos atletas, a minha cordial
saudação, fazendo votos de que cada um possa dar o melhor de si, no genuíno espírito
olímpico”. “Sigo com profunda simpatia este grande encontro desportivo – o mais
importante e aguardado a nível mundial – e exprimo os mais vivos votos de que ele
ofereça à comunidade internacional um válido exemplo de convivência entre pessoas
das mais diversas proveniências, no respeito pela dignidade comum. Possa uma vez mais
o desporto se penhor de fraternidade e de paz entre os povos!”