2008-08-01 18:30:55

ABERTA, ESTA MANHÃ, NA BASÍLICA DE SANTA MARIA DOS ANJOS, A SOLENIDADE DO "PERDÃO DE ASSIS"


Assis, 01 ago (RV) - “Quero mardar-vos todos ao Paraíso”. Com este “spot”, como diríamos hoje, no dia 2 de agosto de 1216, Francisco de Assis comunicava aos fiéis reunidos na Porciúncula que obtivera do Papa Honório III a indulgência plenária para todos os que visitassem, arrependidos e confessados, a pequenina igreja que ele construiu em Santa Maria dos Anjos.
A partir de então, todos os anos, a começar do meio-dia de 1º de agosto até a meia-noite do dia 2, é possível lucrar a indulgência para si e para os defuntos na Porciúncula ou numa igreja paroquial ou franciscana, com a condição de confessar-se, participar da Eucaristia, rezar o Credo, o Pai-Nosso e uma oração segundo as intenções do papa.
Esta manhã, em Assis, o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei José Rodríguez Carballo, deu início à Solenidade do Perdão, presidindo a concelebração da Missa na Basílica de Santa Maria dos Anjos.
Hoje à tarde, os fiéis acorreram em procissão a essa Basílica para receber a indulgência e celebrar as primeiras Vésperas, que foram presididas pelo bispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino, D. Domenico Sorrentino.
A Rádio Vaticano contactou D. Sorrentino, que nos explica, inicialmente, o significado desta festa:
D. Sorrentino. - Quando pecamos, perturbamos todo o nosso ser, que se torna menos capaz de acolher a graça de Deus como também de relacionar-se com os outros e é isto o que, afinal, provoca em nós aquela pena que, se não for apagada nesta Terra, deve ser apagada na outra vida, com o Purgatório. A indulgência é precisamente a graça desta misericórdia superabundante que vem ao nosso encontro e reposiciona todo o nosso ser em sintonia com Deus. Naturalmente, não é um fato mágico; a condição necessária é que o homem se predisponha a esta superabundância de graça. O que Francisco queria era que quem visitasse a sua igreja preferida, fizesse a experiência que ele fazia ali, a experiência de um Deus próximo e misericordioso e se sentisse totalmente sanado. A indulgência tornou-se depois uma experiência difusa na Igreja, mas convém dizer que em Assis, no ambiente de Francisco, ela adquire todo o sabor próprio também do contacto com a sua experiência espiritual.
P. – D. Sorrentino, o que quer dizer, hoje, a festa do perdão de Assis? Faz sentido dizer que é ainda necessário o perdão; faz sentido a festa do perdão nos nossos dias?
D. Sorrentino. – Diria que é mais necessário do que nunca. Há necessidade do perdão e daquela superabundância de perdão que realmente nos ajude a reconstruir o nosso ser pessoal e comunitário. Vivemos numa sociedade na qual são inúmeras as divisões. Divisões dentro do coração do homem, divisões nas famílias, divisões nas relações entre instituições, sociedades e grupos; há muita guerra e muita violência no mundo. Este perdão é, estritamente falando, o que acontece no coração de cada um de nós, quando nos deixamos reconciliar plenamente com Deus, mas é, ao mesmo tempo, testemunho que se difunde na sociedade e se torna o modo como Deus volta a tecer, mediante o coração de cada um de nós, também a comunidade dos seus filhos. (PL)
 







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