2008-07-31 18:51:13

NA CONFERÊNCIA DE LAMBETH, O CARDEAL KASPER CONVIDA OS ANGLICANOS A REDESCOBRIREM A TRADIÇÃO APOSTÓLICA


Londres, 31 jul (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, tomou a palavra, nesta quarta-feira, na Conferência de Lambeth, em Cantuária, traçando um histórico das relações nos últimos anos entre anglicanos e católicos; o Cardeal abordou também as questões que determinaram as controvérsias atuais no seio da Comunhão anglicana.
A Conferência de Lambeth reúne de 10 em 10 anos, os bispos anglicanos do mundo inteiro e o Cardeal Kasper aproveitou o ensejo para auspiciar uma redescoberta da tradição apostólica para superar as divisões na Comunhão anglicana. “As divisões entre nós – afirmou o purpurado – impediram gravemente o nosso testemunho e a nossa missão”. Todavia, acrescentou, “a plena unidade não foi um fim em si, mas um sinal e um instrumento de busca da unidade com Deus e da paz no mundo”.
O pronunciamento do cardeal Kasper na Conferência de Lambeth não foi o pronunciamento de um juiz, mas de um “amigo”, de um “interlocutor ecumênico entristecido pelos problemas que surgiram no interior da Comunhão anglicana”.
O prefeito da Congregação para Promoção da Unidade dos Cristãos abordou as duas questões que estão criando tensões e divisões entre os anglicanos: a ordenação das mulheres ao sacerdócio e ao episcopado e a sexualidade.
Sobre este último tema, o cardeal Kasper lembrou algumas passagens do documento de 1994 intitulado “Vida em Cristo”, da Comissão internacional anglicana-católica romana (ARCIC): no texto, os anglicanos concordavam com os católicos ao afirmar o fato que “a atividade homossexual é desordenada”. Ao contrário, as posições não eram concordantes sobre o conselho moral e pastoral a oferecer sobre este tema. À luz das tensões dos últimos anos sobre a homossexualidade, uma declaração clara por parte da Comunhão anglicana – ponderou o cardeal – “nos ofereceria maiores possibilidades para um testemunho comum da sexualidade humana e do matrimônio”.
Falando da ordenação das mulheres ao sacerdócio e ao episcopado, o cardeal Kasper referiu-se à Carta apostólica “Ordinatio sacerdotalis” de 1994, de João Paulo II. No documento se ressalta que “a ordenação sacerdotal na Igreja católica, desde o início, foi sempre reservada exclusivamente aos homens”. A Igreja católica – acrescentou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos – “está vinculada à vontade de Jesus Cristo e não se considera livre de instaurar uma nova tradição alheia à da Igreja de todos os tempos”.
Embora o diálogo ecumênico tenha levado a um acordo significativo sobre o sacerdócio, a ordenação das mulheres ao episcopado – precisou o cardeal – “bloqueia substancial e definitivamente um possível reconhecimento das ordens anglicanas por parte da Igreja católica”. A notável profundidade da cultura cristã da vossa tradição – concluiu o cardeal Kasper - “nos dá também a confiança de que, com a ajuda de Deus, encontrareis uma saída destas dificuldades e de que, de modo novo, seremos robustecidos na nossa peregrinação comum rumo à unidade que Jesus Cristo deseja e pela qual reza”. (PL)








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