BISPO BÓSNIO DIZ QUE CRIMINOSOS DE GUERRA PRECISAM DE CONVERSÃO PESSOAL
Sarajevo, 31 jul (RV) - O bispo de Banja Luka, na Bósnia-Herzegóvina, Dom Franjo
Komarica, por ocasião da detenção no Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda,
do ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic, presumível criminoso de guerra, convidou
à oração por todos os homens que se mancharam de cruéis atrocidades na guerra na Bósnia.
O prelado ressaltou que a Igreja deve rezar por essas pessoas porque elas “precisam
de uma conversão pessoal”.
Segundo o prelado, a comunidade internacional não
atua nesse sentido e falta aos políticos nacionais a vontade necessária para agir.
“A passividade e a calma consolidam as ações”, ressaltou Dom Komarica. “Também o Evangelho
nos ensina a chamar os atos e os seus autores com o seu nome.”
O bispo de Banja
Luka lamentou que se tenha permitido que se verificasse uma análoga tragédia, observando
que, não a impedindo, a desgraça se ampliou.
“Sem verdade e sem justiça não
há um verdadeiro futuro para a Bósnia, e a tarefa da Igreja é servir à verdade. Verdade
e justiça restituirão a muitas pessoas a possibilidade de voltar ao próprio país”,
acrescentou.
Karadzic é acusado pelo massacre de quase 8 mil muçulmanos bósnios
em Srebrenica e pelo assédio de 43 meses de Sarajevo, durante o qual morreram mais
de 10 mil pessoas.
Na última guerra dos Bálcãs (1992-1995) morreram na Bósnia-Herzegóvina
mais de 243 mil pessoas. Outros dois milhões de pessoas ficaram deslocadas por causa
da limpeza étnica e da redistribuição territorial. (RL)