BISPOS AFRICANOS RELANÇAM A EVANGELIZAÇÃO DAS CULTURAS DO CONTINENTE PARA RESPONDER
AOS DESAFIOS DA GLOBALIZAÇÃZO E DA SECULARIZAÇÃO
Roma, 30 jul (RV) - A evangelização da cultura e a inculturação do evangelho
exigem na África “testemunhas que sejam profetas e santos”. É o que escreve, num artigo
publicado no jornal vaticano L’Osservatore Romano, o secretário do Pontifício Conselho
para a Cultura, Padre Bernard Ardura, comentando o encontro que se realizou em Bagamoyo,
na Tanzânia, de 23 a 26 do corrente, sobre o tema da nova evangelização no contexto
da globalização.
O encontro, promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura,
destacou a prioridade de promover na África “uma inculturação cada vez mais aprofundada
e efetiva”: a ruptura entre o Evangelho e as culturas – diz o Padre Ardura no seu
artigo - é realçada pelos efeitos conjuntos de mundialização e secularização. A globalição,
ainda que seja “fonte de progresso e de abertura nas relações entre os povos”, difunde
“contravalores morais e culturais”. A secularização, que pretende liberar o homem
de Deus, “cria um mundo sem Deus e afinal contra o homem”.
Para responder a
estas ameaças, os bispos que participaram do encontro apresentaram várias propostas
pastorais. A Igreja na África – escreve o secretário do Pontifício Conselho para a
Cultura – deve promover “a inteligência do mistério cristão e a inteligência das culturas”
a fim de manifestar a face do Deus do amor. Com base no que os bispos indicaram, é
necessário também dedicar atenção especial à formação de sacerdotes, religiosos, religiosas,
catequistas, leigos e teólogos. Só assim poderá ser assimilado “o ensinamento da Igreja”
e se poderá testemunhar o Evangelho “num contexto cultural muitas vezes estranho à
fé cristã”.
Os jovens – destaca o Padre Bernard Ardura – são os primeiros
destinatários da pastoral da cultura, porque “hoje estão particularmente enfraquecidos
pelo desenraizamento cultural, devido principalmente às migrações que os privam do
seu ambiente cultural natural, da transmissão do seu patrimônio cultural e religioso”.
Os bispos responsáveis pela pastoral da cultura e os delegados das Conferências episcopais
da África afirmaram, por fim, que a inculturação interiorizada com a fé – arremata
o artigo – é “a única capaz de conduzir à conversão e à santidade”. É a única capaz
de “oferecer ao mundo o verdadeiro sentido da vida e revelar-lhe a beleza da amizade
com Cristo”. (PL)