Santa Sé pede respeito pelos direitos da pessoa, mesmo na situação de "emergência"
pela permanente chegada de imigrantes clandestinos
Antes de partir para Washington, onde participará, de 28 a 31, no Congresso Nacional
para as migrações organizado pela Conferência Episcopal dos Estados Unidos, o arcebispo
D. Agostino Marchetto, Secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes
e Itinerantes, prestou uma declaração a propósito da emergência de imigrantes em Itália
(questão com evidentes implicações humanas, sociais e políticas, a nível internacional):
“Para
emitir um parecer sobre a iniciativa “emergência”, naquele desejado equilíbrio entre
acolhimento e segurança, haverá que considerar os conteúdos das decisões. Em si,
“emergência” não é termo negativo, porque se aplica justamente também a medidas que
tenham em conta o afluxo, neste momento, de países que implicam necessidade de protecção
(Sudão, Somália, Eritreia, por exemplo), na linha da já experimentada legislação internacional
para os refugiados e para os que pedem asilo. Até mesmo uma dona de casa (desculpem-me
o exemplo), se sentirá numa situação de “emergência” se chegam de um momento para
o outro dois hóspedes imprevistos, mas tratará de providenciar a acolhê-los do melhor
modo possível. Aquilo que se espera e deseja, na concretização das disposições,
é portanto o respeito dos direitos humanos de todos os trabalhadores migrantes e dos
membros das suas famílias, assim como das normas internacionais acolhidas pela Itália,
no que diz respeito aos refugiados, aos que pedem asilo, aos apólidas (apátridas),
incluindo os Rom e Sint ou de outras famílias ciganas, assim como aqueles que são
sujeito-objecto de tráfico de seres humanos.”