Ao Angelus, em Castelgandolfo, Bento XVI recorda os "jovens peregrinos do mundo" que
foram a Sidney, deseja boas férias a quem as tiver e assegura a sua proximidade a
todos. Saudações aos Focolares
Tendo regressado de Sidney segunda-feira passada, Bento XVI parte amanhã de Castelgandolfo
para uma estadia nas montanhas dos Alpes italianos, na localidade de Bressanone. Neste
domingo ao meio-dia, no pátio interior da residência estiva dos arredores de Roma,
o Papa acolheu um numeroso e caloroso grupo de peregrinos para a costumada recitação
do Angelus. A alocução que precede as Ave-Marias, foi naturalmente dedicada à
XXIII Jornada Mundial da Juventude. Bento XVI declarou conservar “ainda nos olhos
e no coração esta extraordinária experiência” em que lhe foi dado “encontrar o rosto
jovem da Igreja”: “era como um mosaico multicolor, formado por rapazes e raparigas
provenientes de todas as partes da terra, todos reunidos pela única fé em Jesus Cristo.
Young prilgrims of the world – jovens peregrinos do mundo, assim lhes chamavam
as pessoas com uma bela expressão que capta o essencial desta Jornadas internacionais
iniciadas por João Paulo II. De facto, estes Encontros constituem etapas de uma grande
peregrinação através do planeta, para manifestar como a fé em Cristo nos torna todos
filhos do único Pai que está nos céus, e construtores da civilização do amor”. O
Papa sublinhou que a “característica própria” do encontro de Sidney foi a “tomada
de consciência da centralidade do Espírito Santo, protagonista da vida da Igreja e
do cristão”. E recordou que a Jornada Mundial foi precedida de um longo caminho de
preparação, nas Igrejas particulares, tendo como tema a promessa de Cristo ressuscitado:
“Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e ser-me-eis testemunhas”.
E em Sidney – recordou ainda o Papa – os jovens ali presentes receberam ao longo de
três dias, dos Bispos ali congregados, catequeses nas respectivas línguas: “estas
catequeses são momentos de reflexão e de recolhimento indispensáveis para que o acontecimento
não fique limitado a uma manifestação externa, mas deixe uma marca profunda nas consciências”. Evocados
também, pelo Papa, os dois momentos culminantes das Jornadas de Sidney: a vigília
de sábado à noite, que foi (disse) “uma coral invocação do Espírito Santo”; e a grande
celebração eucarística de domingo, em que administrou o Sacramento da Confirmação
a 24 jovens de vários continentes. “Assim, esta Jornada Mundial transformou-se num
novo Pentecostes, do qual partiu de novo a missão dos jovens, chamados a ser apóstolos
dos seus colegas, como tantos santos e bem-aventurados, em particular o Beato Piergiorgio
Frassati… “Todos os jovens são convidados a seguir o seu exemplo, partilhando a
experiência pessoal de Jesus, que transforma a vida dos seus amigos, com a
força do Espírito Santo, o Espírito do amor de Deus”. Quase a concluir a sua alocução,
o Santo Padre fez questão de agradecer uma vez mais aos Bispos da Austrália, em particular
ao arcebispo de Sidney, “pelo grande trabalho de preparação e pelo cordial acolhimento”
a todos reservado. Idêntico “obrigado” às autoridades australianas, pela sua “preciosa
colaboração”. Finalmente, Bento XVI agradeceu a todos os que rezaram pelo êxito desta
iniciativa e fez votos de que “a Virgem Maria recompense cada um com as mais belas
graças”. “Confio também a Maria o período de repouso que vou passar a partir de amanhã
em Brassanone, nas montanhas do TIrol do Sul. Permaneçamos unidos na oração!” Presente,
neste domingo, no pátio de Castelgandolfo, um numeroso grupo de participantes na Assembleia
General do Movimento dos Focolares, que o Papa saudou, em italiano: “Congratulando-me
com a eleição dos novos Responsáveis, exorto-vos a todos, caros irmãos e irmãs, a
prosseguir com alegria e coragem na esteira da herança espiritual de Chiara Lubich,
recolhida nos vossos Estatutos, incrementando cada vez mais as relações de comunhão
nas famílias, nas comunidades e em todos os âmbitos da sociedade”. A concluir,
o Santo Padre - sempre muito aplaudido - saudou todos os que estão de férias, desejando-lhes
“dias serenos de profícua distensão física e espiritual. Não esqueço, porém, todos
os que não podem beneficiar de um tempo de repouso e de férias: os doentes - nos hospitais
e nas casas de repouso, os encarcerados, os idosos, as pessoas sozinhas e os que passam
o verão no calor das cidades. A cada um asseguro a minha afectuosa proximidade e uma
recordação na oração. Bom domingo a todos!”