PETRÓLEO: DEUS CRIOU TUDO PARA TODOS, RECORDAM BISPOS MEXICANOS
Cidade do México, 26 jul (RV) - "O petróleo para uma vida digna no México"
é o título da mensagem divulgada na quinta-feira pelos bispos da Comissão Episcopal
para a Pastoral Social.
O tema da indústria petrolífera é uma das questões
em debate no México, para a qual os bispos querem contribuir com reflexões à luz da
Doutrina Social da Igreja.
Em relação às diversas propostas apresentadas,
os bispos recordam que devem ser avaliadas com base na dignidade da pessoa humana.
Em primeiro lugar, devem salvaguardar a solidariedade, inspirando-se nela e exprimindo-a
de maneira concreta. A solidariedade leva a estabelecer leis e regras "que permitem
que as relações entre as pessoas e os países não sejam guiadas pelo lucro e pela sede
de poder".
Em segundo lugar, há o bem comum, que não é a soma dos bens particulares
de cada indivíduo do corpo social, mas o conjunto das condições sociais que torna
possível a realização plena do ser humano. O terceiro princípio de orientação proposto
pelos bispos é o destino universal dos bens, já que freqüentemente "a concentração
de poder e de riquezas nas mãos de poucos produz a exclusão, aumentando as desigualdades
que levam muitas pessoas à pobreza".
No entanto, recordam os prelados, "Deus
criou tudo para todos", e este princípio "exige que os pobres, os marginalizados e
as futuras gerações sejam protegidos com particular cuidado".
Enfim, os bispos
pedem transparência, porque "é alarmante o nível de corrupção que atinge tanto o setor
público como o privado".
Quanto ao debate, a Comissão para a Pastoral Social
afirma que é imprescindível a participação de todos. Ao mesmo tempo, é importante
que o clima de diálogo perdure, evitando ataques pessoais e institucionais e a violência
verbal que prejudica a paz social.
"Esperamos que os critérios de orientação
que oferecemos possam contribuir aos esforços que em diferentes âmbitos e setores
estão sendo feitos para construir o país que todos queremos, depositando assim os
fundamentos sólidos para uma nação justa e fraterna", concluem os bispos. (BF)